19 abril, 2007

Setor florestal protesta em 13 cidades

Um desempregado de uma empresa madeireira de Novo Progresso, no oeste do Pará, tentou se matar, molhando o corpo com gasolina, durante manifestação simultânea realizada em treze municípios contra o fechamento de serrarias e a demissão de mais de 30 mil pessoas do setor em todo o Estado. O homem, conhecido apenas por ‘Índio’, foi salvo por colegas quando se preparava para atear fogo em suas vestes. Depois, com queimaduras leves, foi levado para um hospital daquela cidade.
'O que ele fez é reflexo do desespero de milhares de trabalhadores paraenses, que vivem da atividade madeireira e estão sendo demitidos diariamente', criticou o empresário Paulo Barros, responsabilizando os governos federal e estadual pela não liberação de pelo menos 500 planos de manejo de madeira que abarrotam a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará (Sectam), órgão que há menos de um ano assumiu papel antes desempenhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Barros disse que as empresas possuem madeira em seus estoques para comercializar no máximo até julho e não há perspectiva de liberação de corte enquanto a Sectam não aprovar os projetos engavetados. 'É o caos, nunca vi situação tão ruim como agora', emendou José Elias Garoti, que há 11 anos é proprietário de uma pequena madeireira perto de Belém.
Os sindicatos do segmento florestal decidiram organizar os protestos de forma simultânea para chamar a atenção do governo para um problema que se arrasta há quase dois anos. Centenas de patrões e empregados saíram às ruas, levando faixas, cartazes e fazendo muita gritaria em carros-som. Em muitas cidades o comércio fechou as portas, apoiando a manifestação.
Nas cidades de Anapu, Pacajá, Uruará, Santarém, Paragominas, Jacundá, Tomé-Açu, Tucuruí. Goianésia, Breu Branco, Tailândia, Moju e Novo Progresso, a Polícia Militar teve de ir às ruas também para evitar tumulto e quebra-quebra. 'Aqui não tem vagabundo, nem ladrão, é tudo gente que contribui para o progresso do Brasil. Exigimos respeito. Queremos matéria-prima para trabalhar', dizia uma grande faixa em uma avenida da cidade de Tailândia, no sudeste paraense.
O vereador de Tomé-Açu Antônio Matos, ligado ao segmento agroflorestal, declarou que 50% da economia do seu município dependem do setor e qualquer instabilidade na atividade traz reflexos desastrosos. 'Continuamos com a preocupação em relação as questões ambientais, mas acreditamos na boa convivência da atividade com o meio ambiente. E vejo que as conseqüências não são apenas para Tomé-Açu, mas todo o Pará', resumiu.
Fonte: O Liberal

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