30 abril, 2008

Desmatamento no Pará mais do que dobra nos primeiros três meses de 2008

Apesar das ações desenvolvidas neste início de ano pelos governos estadual e federal para tentar conter o desmatamento no Pará, como a operação “Arco de Fogo”, o boletim “Transparência Florestal”, divulgado nesta terça-feira (29) pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o desmatamento detectado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) atingiu 65 quilômetros quadrados em território paraense de janeiro a março de 2008. É mais do que o dobro da área desmatada no mesmo período de 2007, de 28 quilômetros quadrados. Em janeiro foram desmatados 30 quilômetros quadrados, caindo para 5 quilômetros quadrados em fevereiro e subindo novamente para 30 quilômetros quadrados em março.
No acumulado do calendário anual de desmatamento (de agosto 2007 a março de 2008), a área total desflorestada atingiu 1.362 quilômetros quadrados, um aumento de 76% em relação ao mesmo período do ano anterior, de agosto de 2006 a março de 2007, quando o desmatamento somou 775 quilômetros quadrados. O período de janeiro a março corresponde à estação chuvosa, quando o desmatamento tende a ser extremamente baixo, segundo os pesquisadores do Imazon.
Nos primeiros três meses de 2008, a maioria (93%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. A perda de floresta nos assentamentos de reforma agrária representou 7%. Não foram detectados desmatamentos nas áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação) nesse período.
Os municípios que mais desmataram nesse primeiro trimestre foram Ulianopólis (28% do total, com 18,4 quilômetros quadrados) seguido de Paragominas (20% e 13,1 km2) e Dom Eliseu (10% e 6,5 km2). Todos localizados na Belém-Brasília e incluídos na lista dos municípios críticos do Ministério do Meio Ambiente. Tailândia, onde ocorreu a primeira ação da operação Arco de Fogo, ficou em quarto lugar entre os municípios que mais desmataram, com 4,8 km2.
Os pesquisadores do Imazon ressaltam ainda que, por se tratar de período chuvoso, esse primeiro trimestre do ano teve uma elevada proporção de nuvens e sombras sobre o território do Pará. Em janeiro, por exemplo, cerca de 68% do território do Estado estava coberto por nuvens. Em fevereiro subiu para 69% e em março alcançou 72%. As nuvens cobriram grande parte dos municípios onde o desmatamento tem sido elevado, com é o caso de São Felix do Xingu, Marabá, e Novo Progresso. “Portanto, é muito provável que o desmatamento nesse período tenha sido maior, mas não foi possível detectar”, informa o boletim.
No acumulado de agosto de 2007 a março de 2008, o município paraense campeão de desmatamento foi São Félix do Xingu, com 158 km2. Depois aparecem Cumaru do Norte (144 km2), Santana do Araguaia (139 km2) e Santa Maria das Barreiras (67 km2).
Pará Negócios

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