Pará tem o maior rebanho no Norte

Em todo o País, o Estado desponta como o 50 em número de reses.

O Pará continua sendo o maior produtor de gado da região Norte e dono do 5º maior rebanho do país. De acordo com os dados preliminares do Censo Agropecuário 2006, divulgados este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), os rebanhos de bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e de aves dobraram desde o último levantamento, realizado em 1995.
De acordo com o censo, que deve ter a versão final divulgada só no segundo semestre, são 12.807.706 cabeças de bovinos no Pará, que representam 41% do rebanho da região e o dobro dos 6.080.431 que o Estado tinha em 1995. Mas segundo a Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), esse número é ainda maior: aproximadamente 18,5 milhões de cabeças de bovídeos, com 75% do rebanho e 63% das propriedades pecuárias concentrados nas microrregiões sul e sudeste.
Os números ajudam a explicar por que a exportação de bovinos, especialmente do boi vivo, representaram 3,46% das exportações do estado em 2007. De acordo com dados do Centro Internacional de Negócios do Pará, entre 2006 e 2007 o segmento teve um incremento de 328,31%, tornando-se o oitavo maior segmento exportador do Estado. Só para o Líbano e Venezuela, as exportações do boi vivo subiram 466,57% em dólares, representando um total de US$ 255,853 milhões em negócios no período.
Para o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Rubens Britto, um reflexo imediato da certificação internacional como zona livre de febre aftosa conseguida em maio de 2007 para a área 1 do Estado, formada por 44 municípios do centro-sul, e também um caminho natural para o rebanho que os frigoríficos locais não conseguem absorver. 'Temos um cadastro espontâneo do rebanho na Adepará, a partir da vacinação contra aftosa. Nesse cadastro, constam cerca de 18 milhões de cabeças de gado, entre bovinos e bubalinos. Se trabalharmos com uma margem de 10% de rebanho não declarado, teremos um rebanho no Estado em torno de 20 milhões. E, considerando que a taxa tecnicamente adequada para abate ao ano seria de 20%, teríamos aí em torno de 4 milhões de cabeças de gado para o abate. Mas o mercado interno só consome entre 1 e 1,5 milhão', diz o diretor-geral.
Britto também explica que a exportação de boi vivo aumentou em vez do boi abatido, porque não há ainda capacidade dos frigoríficos locais para suportar esse volume. 'Existem no Estado 29 frigoríferos com SIF, habilitados para exportar, mas eles só têm capacidade para 2 milhões e 300 mil cabeças de gado. Até têm capacidade para abate, mas não para refrigeração e desossa. Existe um excesso de oferta e uma demanda pequena. Houve uma explosão de venda do boi vivo entre maio e junho, mas isso tende a se normalizar. O mercado mesmo vai se auto-regulando e se adaptando', pondera.

OS CAMPEÕES

De acordo com os dados da Sagri, o maior rebanho de bovinos está no município de São Félix do Xingu, com 1.596.411 cabeças, seguido por Marabá, com 834.144 cabeças, Santa Maria das Barreiras, com 583.855, Água Azul do Norte, com 581.461, e Novo Progresso, com 561.633 cabeças de gado. Região tradicionalmente responsável pela produção de gado que abastece a Região Metropolitana de Belém e também o Amapá, o Marajó tem um rebanho de 514 mil cabeças de gado, divididas quase que igualmente entre bois e búfalos.
O Pará ainda mantém 62% do rebanho de bubalinos da região, com 336.868 cabeças de gado, 54% dos caprinos, com 74.696 cabeças, 38% dos ovinos, com 178.865 cabeças, 49% das aves, com 13.301.539 cabeças e 44% dos suínos, com 701.130 cabeças. Ao todo, foram mapeados no Estado 223.370 estabelecimentos agropecuários, que ocupam uma área de 27.228.334 hectares. O Pará ainda é o maior responsável pela produção de leite de búfala, com 6.796 mil litros (63%) e por 46% da produção de ovos de galinha, com 27.073 mil dúzias. Em relação ao leite de vaca, perde apenas para Rondônia, que é responsável por metade da produção da região, com 615.562 mil litros, enquanto o Pará produziu 416.904 mil litros (34%). Produz também a maior quantidade de leite de cabra, com 42 mil litros em 2006, 36% da produção da região Norte, e é o único produtor de lã da região, com uma tonelada.

O Liberal