Fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang é absovido em novo julgamento
O fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido nesta terça-feira (6), pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara de Júri de Belém, da acusação de mandante da morte da missionária americana Dorothy Stang. A absolvição foi decidida pela maioria de cinco a votos a dois. No primeiro julgamento, no ano passado, Bida havia sido condenado a 30 anos de prisão.
No mesmo julgamento desta terça-feira, Rayfran das Neves, apontado como o executor do assassinato, teve sua pena ampliada de 27 para 28 anos de prisão. O advogado de Bida, Eduardo Imbiriba, sustentou a tese de negativa de mando do crime.
O promotor Edson Souza, que atuou na acusação, informou que, dentro do prazo legal de cinco dias, entrará com um recurso pedindo um novo julgamento. Sua apelação será fundamentada com base no fato de que o resultado do julgamento foi contrário às provas dos autos, que apontavam Bida como mandante do crime. Edson Souza disse que a apelação será apreciada por uma câmara de desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará, e a decisão sobre se haverá um novo julgamento só deverá ser anunciada no fim do ano.
O juri que absolveu Bida era formado por seis homens e uma mulher. No primeiro julgamento, Valdomiro Bastos havia sido condenado a 20 anos de prisão. Hoje ao ser anunciada a absolvição, o fazendeiro foi imediatamente colocado em liberdade. Dorothy Stang foi morta em fevereiro de 2005 com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros da capital paraense, na região da Transamazônica. Ela trabalhava com a Pastoral da Terra e comandava o programa em uma área autorizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Durante o julgamento, o promotor Edson Souza denunciou as ameaças que ele e sua família vêm sofrendo, há cerca de 1 ano. Segundo Souza, as ameaças são feitas em telefonemas anônimos, em que um desconhecido alerta para ele “tomar cuidado, porque pode haver tombamento”. Tombamento, na linguagem rural da região, significa morte.
De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Pará, o promotor fez a denúncia na fase do julgamento destinada aos debates sobre as teses da acusação e da defesa. Edson Souza não soube dizer se as ameaças estariam relacionadas ao caso Dorothy Stang ou a outros processos em que ele também atua na acusação.
Pará Negócios
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