23 maio, 2007

Sul do Pará, enfim, livre da aftosa


O rebanho bovino de 44 municípios do Pará foi considerado livre da febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A entrega do certificado ao diretor geral da Agência Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Rubens Britto, deve ocorrer amanhã ao fim da reunião anual da entidade, em andamento na capital francesa, Paris. O presidente da União das Indústrias Exportadoras de Carne do Estado do Pará (Uniec), Francisco Vícter, comemora a conquista e reitera que o preço da carne não deve subir com a certificação, já que o incremento das exportações não deve prejudicar a venda ao mercado interno.
'A exportação não vai prejudicar as indústrias já estabelecidas. A idéia de que os produtores vão vender todo o rebanho para fora é falsa. Ao contrário, as indústrias também poderão adquirir a produção e beneficiá-la, comercializando também para os mercados internacionais, sem deixar de aproveitar o mercado interno que também é muito interessante', frisa. Atualmente, são desfruitados quatro milhões das 20 milhões de cabeças de gado no Pará. Cerca de um milhão é consumido no Estado. Aproximadamente, 2,2 milhões vão para os frigoríficos e são vendidos, principalmente, para São Paulo. São comercializados ainda cerca de 800 mil animais vivos, sendo 600 mil para o Nordeste e 200 mil para o Líbano. O presidente da Uniec, que representa os nove maiores frigoríficos do Estado, garante que a proporção não vai se alterar.
Um dos pontos de equilíbrio, garante ele, é a mudança na alíquota de ICMS para venda do boi vivo a comprodores de fora do Pará. No último dia 1º, o governo estadual aumentou de 1,8% para 4,8%. A alteração permite que os empresários setor no Estado ganhem o mesmo valor no boi vivo 'desmontado' nas frigoríficos de dentro do Estado, comparando com o gado beneficiado em outras praças. Com a taxa anterior, o empresários estabelecido no Pará chegavam a perder mais de R$ 26 em rentabilidade para cada animal 'desmontado' nas empresas paraenses, pontua Vícter.
Ele avalia que com o rebanho adequado às exigências sanitárias dos mercados internacionais, como o europeu, são grandes as possibilidades de bons negócios para a indústria paraense, que poderá beneficiar a carne e vendê-la a preços competitivos. Outra vantagem são as chances de verticalizar a produção dentro do Estado com o beneficiamento, principalmente, do couro, a matéria-prima para produtos de alto valor agregado, como calçados.
O diretor da Adepará garantiu que a carne paraense agora terá inserção em 169 países, com a certificação. Das 20 milhões de cabeças, mais de 13 milhões estão concentradas na área 1 que recebeu a certificação, ou seja, mais de 76% do rebanho. O diretor disse ainda que os trabalhos devem continuar para conseguir o reconhecimento da erradicação da aftosa através de vacina no nordeste paraense, área de risco médio, e no Marajó, considerada a mais crítica pelas autoridades sanitárias. O certificado é fruto de um trabalho conjunto da Superintendência Federal da Agricultura (SFA/PA), Adepará, Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa) e os 126 sindicatos de produtores filiados a ela.
O Liberal

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