08 junho, 2007

Liberação lenta de planos de manejo fecha indústrias

Na semana passada, o governo do Estado anunciou que havia liberado planos de manejo florestais que somam cerca de 450 mil metros cúbicos de madeira para o setor florestal, mas esta quantidade representa menos de 10% da necessidade do setor, que está em torno de 8 milhões de metros cúbicos. Em alguns municípios do Estado as indústrias já estão paradas em sua totalidade e todos os empregados demitidos.
Na avaliação da União das Entidades do Setor Florestal do estado do Pará (Uniflor), a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sectam) está trabalhando num bom ritmo, mas as liberações feitas até o momento ainda não contemplam a necessidade do setor. "De qualquer forma, percebemos que as coisas estão começando a fluir", diz Fernando Alves, secretário executivo da entidade.
A Sectam informou que foram liberados 17 projetos de manejo desde que uma força tarefa foi montada para acelerar a análise de mais de 300 projetos que estavam parados desde janeiro no órgão. No entanto, o setor madeireiro ainda não tem matéria-prima suficiente para sair do vermelho. A expectativa é que a secretaria acelere ainda mais o processo de liberação para garantir pelo menos o funcionamento mínimo das empresas na safra que inicia.
Uma das regiões mais afetadas é o Oeste do Estado, onde a maior parte das serrarias fechou as portas e mandou todos os empregados embora. Em Altamira, na Rodovia Transamazônica (BR-230), 100% das empresas estão fechadas (Veja matéria abaixo). Segundo a Uniflor, a situação chegou a este ponto porque o governo estadual ainda não efetuou nada de concreto em relação aos assentamentos rurais, que poderiam garantir matéria-prima para as indústrias. "Temo que ainda vai demorar pra acontecer algo sólido nesta questão", diz Fernando Alves.
Na região da BR-163 (Santarém-Cuiabá, as empresas também agonizam. O problema é o mesmo da Transamazônica, já que o governo não poderá liberar os projetos de manejo sem antes assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para legalizar estes assentamentos. Enquanto isso, centenas de indústrias continuam fechadas e milhares de pessoas desempregadas.
Paulo Leandro Leal

Anúncio provido pelo BuscaPé
Baixaki
encontre um programa:
www.g1.com.br