24 junho, 2007

Situação de Saúde na região

Lúcio Freire - Jornalista
“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.”

Sem demagogia, sem querer ser melhor do que outrem, se faz necessário nesta edição, abordar um tema interessante para quem cotidianamente noticia o que ocorre em nossa região. Noticiar o que ocorre com as pessoas que vivem nas comunidades de nossa região, jamais será sentir na pele o que esse povo sente. Em todos os aspectos vivemos a quem da estrutura que necessitamos para sobreviver. Sobrevivemos porque a misericórdia de Deus é grande. Primeiro, moramos em locais, que se precisamos de um atendimento de saúde emergencial, na maioria dos postos e hospitais da região não há estrutura para o atendimento. Quero aqui agradecer ao prefeito Ademar Baú, que apesar da precariedade do atendimento à saúde na região, os postos de saúde do município de Trairão estão preparados dá os primeiros socorros a quem precisar. No entanto, nossos municípios não estão preparados para atender pacientes com especialidade, quando ocorre um caso mais grave, é preciso se deslocar para Sanarem, Belém, Manaus, Teresina... Normalmente as pessoas ficam perambulando de cidade em cidade em busca de uma solução. O que fazer? Desde o telefone até o meio de transporte não funcionam à contento para se deslocar da cidade de origem e buscar o atendimento lá fora.
Para um atendimento especializado é preciso sair da cidade de origem, sofrendo para conseguir um encaminhamento, para conseguir o TFD (Tratamento Fora do Domicílio); dificuldade com o transporte, como foi o caso da senhora Nazaré de Souza, que chegou no barco e quando apresentou a passagem encaminhada pelo setor de saúde o município, ouviu um não “porque a prefeitura não paga à dois meses, então não podemos levar mais ninguém enquanto não pagarem o atrasado”. Outro grave problema é falta de leito no único hospital público de Santarém, que atende a região. Sem contar que a maioria dos pacientes precisam ficar em tratamento em Santarém e segundo relato de alguns, somente as prefeituras de Rurópolis e Trairão pagam o abrigo para que seus munícipes tenham local para ficar enquanto estão em tratamento.

E a região, segundo Dr. Emanuel Ramos, secretário de saúde do município de Santarém, só perde para os grandes centros do sudeste do país, em número de acidentes. E o que alarmante, a maioria das pessoas que vão de Itaituba e os municípios da região e são atendidas no Pronto Socorro Municipal em Santarém, são vítimas de acidente com motocicleta e veículos utilitários que transportam passageiros sem o mínimo de segurança. Tanto é que o “hospital municipal contratou quatro médicos ortopedistas porque aumentou consideravelmente o número de pacientes com fraturas”.

Mas para Dr. Manuel Ramos, médico ortopedista conceituado em Santarém, a culpa é do estado, tanto governo estadual, quanto governo federal. “Pois além de não oferecer estrutura para os hospitais públicos da região, não dão incentivo aos médicos para trabalhar e investir na região”. “Por exemplo, existe incentivo para a agricultura, pecuária, para a pesca, mas não existe incentivo para o médico, principalmente para um especialista. Os equipamentos são muito caro.”
“Qual é o município ou médico que tem condições de comprar um equipamento para fazer a tomografia computadorizada, ou UTI. Até mesmo para comprar equipamentos que usamos cotidianamente, é difícil, imagine equipamentos sofisticados”. Os municípios não têm recursos para construir e equipar um hospital sem apoio dos governos estaduais e federais. Até o hospital regional, construído em 2006 vai funcionar parcialmente a partir de 11 de julho e só vai poder atender na sua totalidade no final de ano. ESSA É A PROMESSA da governadora Ana Júlia.

De acordo com relato do Pronto Socorro Municipal de Santarém, o transito na região sudoeste do estado tem sido uma fabrica de aleijados. Na sua maioria vítimas da imprudência.
Nossa região possui um território com dimensões continentais e distribuição irregular de médicos e especialistas, o que acentua a heterogeneidade da qualidade e disponibilidade de serviços de saúde. Esta heterogeneidade é ainda agravada pela falta de uma estratégia regional de educação continuada para atualização dos profissionais de saúde, causando diferenças importantes na capacitação dos especialistas de uma cidade para outra. Itaituba, me perdoem os médicos, raramente se ouve que o profissional de saúde saiu para participar de uma especialização, de um congresso de medicina... E temos bons profissionais.

A região necessita desenvolver, urgentemente, tanto na área de saúde, como no trânsito, uma estratégia de ação para diminuir esses acidentes. Se não for tomada providência, num futuro muito próximo será grande o número de deficientes físicos na região. O custo para atender as vítimas de acidente é altíssimo, tanto para os municípios, quanto para os governos estadual e federal.
Tratamento, transporte, pensão, aposentadorias, despesas com funerais... Tudo isso é caro mais do que investir na prevenção, educação e orientação.
Será que os políticos de nossa região não irão se manifestar a favor da sociedade desta região? Será que somente se manifestam quando as entidades resolvem ir às ruas? Gente, por favor, atendam o clamor desse povo, que tentam sobreviver à margens das estradas, nas comunidades, às margens dos rios. Quanto mais morrerem, menor é o número de votos.

Cadê os órgãos de transito municipal, o DETRAN, a ARCON, e a Polícia Rodoviária Federal? para tomar as providências? Vocês precisam fazer alguma coisa para reduzir o número de infrações e conseqüentemente o número de acidentes. A PRF precisa atuar mais nas estradas, não possível, que em rodovias onde as pessoas têm a opção de viajar de ônibus confortavelmente, deles com ar condicionado, essas pessoas ponham suas vidas em risco viajando em camioneta D-20, sem a mínima condição de segurança e ainda os motoristas trafegando em alta velocidade, provocando acidente.

A sociedade civil organizada, os prefeitos e políticos, a imprensa regional, precisa ser parceiros na buscar de estrutura para atender a população. Os órgãos de trânsito precisam usar o rigor da Lei quando for necessário.


* Artigo publicado na próxima edição do Jornal A Província do Tapajós

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