13 julho, 2007

Associação Comercial de Santarém defende a criação de novos estados

A Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces) declarou ontem, por meio de nota oficial, que tem um posicionamento diferente da Associação Comercial do Pará (ACP) sobre a divisão territorial do Estado. A classe empresarial de Santarém e da região Oeste do Estado, segundo a Aces, defende a criação do Estado do Tapajós e avalia que a criação de novos Estados não prejudica o Pará, já que é uma 'excelente estratégia de fortalecimento político, econômico e social de toda a região Amazônica'.

A ACP anunciou esta semana que está articulando um movimento de mobilização contra a divisão, mas os empresários de Santarém garantem que não vão aderir à campanha. Para o presidente da Aces, Olavo das Neves, a mobilização da classe empresarial da região caminha no sentido inverso, na luta pela criação de um novo Estado. 'É uma luta histórica contra o abandono e a pobreza', diz.

'Quando a ACP afirma que não é de interesse do Pará a divisão e o desmembramento de seu território, está excluindo mais uma vez o pensamento das populações das regiões que hoje defendem a emancipação política. Respeitamos o posicionamento da ACP, mas o Pará não é só Belém ou a região metropolitana. Temos milhões de pessoas nesta região que gostariam de ser ouvidas', afirma ele, para quem o plebiscito é a forma mais democrática para que se saiba realmente o os paraenses querem.

A Aces também discorda da afirmação de que a divisão do Pará vai causar prejuízos ao Estado que remanescer. Segundo a associação, há estudos que demonstram o contrário. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal, com a divisão a população que ficaria no novo Pará teria mantidos - e até melhorados - os índices de qualidade de vida. O estudo, reforça a nota, mostra que o Pará manteria a maior população e os melhores índices econômicos e sociais, como renda per capita, menor desigualdade, maior percentual de domicílios com acesso a água e energia e menor taxa de mortalidade infantil.

'As desigualdades sociais e econômicas entre as regiões são gritantes, o que por si só já justifica um rearranjo do território estadual', argumenta Olavo das Neves. A região que continuaria sendo o Pará tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,72, enquanto em outras regiões o IDH não passa de 0,7 (Tapajós e Carajás). 'São séculos de tentativas frustradas de administrar um território maior do que muitos países', avaliam os empresários santarenos. 'É chegada a hora de estas regiões terem o direito de decidir por um caminho diferente da exclusão e miséria social', finalizam.

O Liberal

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