29 agosto, 2007

STF abre ação contra os 40 do Mensalão

Não sobrou ninguém. Todos os 40 denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no escândalo do mensalão, começaram a responder ontem por crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato e gestão fraudulenta. A lista dos réus definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) inclui os petistas José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, acusados de formar uma quadrilha que distribuiu pelo menos R$ 55 milhões entre aliados em troca de apoio ao governo. À exceção de Pereira, o 'núcleo político' também responderá pela suposta prática de corrupção ativa.
Depois de um julgamento de 35 horas, em cinco dias de sessões, o Supremo ainda abriu processo contra o 'núcleo financeiro e publicitário' da 'organização criminosa', integrada pelo empresário Marcos Valério, três sócios dele e quatro dirigentes do Banco Rural. Todos respondem por formação de quadrilha.
O grupo teria prestado o serviço de distribuir o dinheiro do esquema a políticos como os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ), que deflagrou o escândalo, Pedro Correa (PP-PE, José Janene (PP-PR), José Borba (PMDB) e os deputados como João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Waldemar Costa Neto (PR-SP) Os parlamentares e ex-parlamentares estão na relação de réus, assim como Luiz Gushiken e Anderson Adauto, dois ex-ministros do primeiro governo Lula.
Na leitura do voto contra os mensaleiros, o ministro relator do caso, Joaquim Barbosa, afirmou que José Dirceu é o 'chefe incontestável' do esquema. Barbosa disse ter pedido a abertura de ação contra o ex-ministro da Casa Civil com base em depoimentos, como do algoz de Dirceu, Roberto Jefferson, e de Renilda Santiago, mulher de Marcos Valério. 'Admito que há prova mínima de que ele era o mentor supremo da trama e outras pessoas eram meras coadjuvantes', disse. 'Ele merece ser investigado.'
Joaquim Barbosa afirmou que os encontros entre Dirceu e a cúpula do Banco Rural, instituição financeira acusada de fazer ao PT empréstimos fictícios, que nunca eram pagos, reforçam a tese de que o ex-ministro sabia de todo o esquema. 'São no mínimo suspeitas as reuniões do acusado com o banco', disse Barbosa.
O Liberal

Anúncio provido pelo BuscaPé
Baixaki
encontre um programa:
www.g1.com.br