Celpa abre caça aos ‘gatos’
ENERGIA - Perda apurada pela empresa com furto de energia chega a mais de R$ 1 milhão
O furto de energia elétrica, com os gatos, detectado pelas equipes de fiscalização da Celpa no Pará durante o ano de 2007 seria suficiente para abastecer 35 mil residências, o que corresponde a uma cidade com 140 mil habitantes. Considerando que o consumo médio residencial no Estado é de 127 quilowatts hora por mês e tomando como base a tarifa residencial para essa faixa de consumo, isso seria equivalente a uma perda de R$ 1,066 milhão.
As perdas podem ser ainda maiores, já que, como explica o diretor vice-presidente de operações da companhia, José Alberto Alves Cunha, o furto de energia existe em diferentes classes de consumidores, incluindo até mesmo as grandes empresas atendidas pelas redes de alta tensão. Tanto que levaram a Celpa a lançar ontem em todo o Pará uma campanha de combate ao furto de energia, com o que a empresa espera sensibilizar os próprios consumidores a ajudar na fiscalização das irregularidades.
'Temos um índice alto de perdas causadas pelas fraudes, que vão desde a alteração de medidores de energia até as ligações irregulares na rede de fornecimento. A cada 1% das fraudes de energia, estima-se que a empresa deixa de faturar em torno de R$ 1,5 milhão. Mas o impacto disso vai além da perda de receitas. Aumenta o custo operacional da empresa, degrada a qualidade do fornecimento, porque se começa a ter sobrecargas de transformadores, ocorrem curtos-circuitos na rede, e quem tem a ligação regular de energia sofre as conseqüências', diz Cunha, acrescentado que a tarifa de consumo poderia ser barateada se não houvesse furto.
Segundo o diretor, o furto também gera desperdício. 'Entre 14% e 15% da energia que compramos das emissoras e geradoras de energia é perdido, porque o consumidor que frauda as redes não se preocupa com o consumo consciente, já que não está pagando por isso, e acaba desperdiçando energia. Não é uma conta fácil de fazer para chegar a esse prejuízo, porque teríamos que cruzar o que deixaríamos de comprar se não houvesse o desperdício, com o que deixamos de vender.'
FISCALIZAÇÃO
Segundo José Alberto Alves Cunha, até o final de 2006 os furtos de energia seguiam uma linha ascendente no Pará. 'De lá para cá, a Celpa aumentou as equipes de fiscalização, investiu na reforma de redes, implantando sistemas que dificultam as fraudes e as perdas pararam de crescer. Mas ainda são altas.' Em 2007, a Celpa realizou 698.742 fiscalizações, entre ações rotineiras e operações especiais em municípios de todo o Pará, que resultaram no flagrante de 66.654 irregularidades. 'Quando isso é verificado, abrimos processo administrativo, são feitas perícias. Tenta-se entrar em negociação. Quando não se consegue, é feito inquérito policial e depois um processo judicial. Em 2007, foram abertos 77 processos, dos quais 33 estão tramitando na Justiça'.
O Liberal
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