24 novembro, 2006

MINISTRO ACUSA EX-PRESIDENTE DO STF DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

O clima esquentou nesta quinta-feira (23) no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o julgamento de uma ação relativa a um pedido de indenização milionária, devido à desapropriação de terras no Paraná, o ministro Joaquim Barbosa se exaltou e acusou o ex-presidente do STF e advogado, Maurício Corrêa, de tráfico de influência. Irônico, Joaquim Barbosa questionou, em plenário, o fato de Corrêa não fazer a defesa de uma das partes envolvidas e acusou o ex-ministro de tentar influenciar o julgamento do Supremo sobre o caso. “Ele [Corrêa] tomou a liberdade de ligar para minha casa pedindo urgência para o julgamento do caso. O tribunal precisa tomar medidas sérias em relação a esse tipo de tráfico de influência.
Se ele está atuando indevidamente, está praticando tráfico de influência e isso deve ser apurado”, disse Barbosa em plenário.
O advogado Paulo Morelli, que representava uma das partes envolvidas, retrucou: “O senhor tome as providências legais. Sou advogado, acompanho o caso desde 1991, e não estive no gabinete do senhor [Joaquim Barbosa] nenhuma das vezes para fazer isso”.
Depois do bate-boca, a ministra Carmem Lúcia pediu vista do caso, interrompendo o julgamento. Logo em seguida, um outro processo entrou em pauta esfriando os ânimos. Avisado, Maurício Corrêa foi até o Supremo durante o intervalo e entregou à presidente do tribunal, ministra Ellen Gracie, documentos que comprovariam que ele atua no caso como advogado. Ao retomar os trabalhos, a ministra Ellen Gracie leu apenas o requerimento entregue por Corrêa e encerrou a sessão.
Ao deixar o Supremo, indagado sobre o assunto pela imprensa, o ex-presidente do STF disse que estuda tomar medidas legais contra Joaquim Barbosa. "Estou pensando em tomar providências contra ele sim, pode ser uma representação no STF, na OAB ou no Ministério Público. Foi uma descortesia e uma irresponsabilidade de um ministro que ficou com os autos bastante tempo. Sou advogado de um dos interessados na ação. Telefonei para saber se ele iria julgar o caso na quarta-feira (22). Só isso. Liguei uma vez só. Tem quase três anos que saí daqui. Por que não posso advogar? Ninguém tem nada a ver com isso, muito menos o senhor Joaquim Barbosa”', disse. Corrêa referia-se à chamada quarentena, introduzida pela reforma do Judiciário, que exige que juízes aposentados ou afastados fiquem pelo menos três anos sem atuar no tribunal do qual faziam parte.
Fonte: Globo.com

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