Faleiro é cotado para ser o líder do governo Ana Júlia na Assembléia

Com a conquista do governo do Estado pelo voto, o Partido dos Trabalhadores (PT) está em fase de definição do nome do deputado que irá liderar a bancada governista na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa). Pelo acordo estabelecido na campanha eleitoral, o PT abre mão de disputar a presidência do Legislativo estadual para dar lugar ao PMDB. No entanto, para liderar a base de apoio do governo, o primeiro nome cogitado foi o da deputada Regina Barata, reeleita para o segundo mandato. Mas, com a indicação de Valdir Ganzer, também reeleito, para exercer o cargo de secretário de Estado de Transportes, a governadora eleita Ana Júlia Carepa volta sua atenção para o nome do deputado Airton Faleiro, primeiro suplente do PT, que vai assumir a cadeira em lugar de Ganzer. Regina Barata será indicada para a composição da Mesa, onde poderá assumir a primeira secretaria, a segunda função mais importante da diretoria.
Faleiro afirma que ainda não há uma decisão oficial sobre sua indicação. Até agora, o que existe, segundo o deputado, é o acordo para ele permanecer na Assembléia. Na eleição de outubro, Airton Faleiro obteve mais de 25 mil votos, mas não conseguiu alcançar uma vaga de titular na Alepa, ficando como primeiro suplente do partido. Em 2002, ele foi eleito com apenas 23 mil votos.
Gaúcho de Tenente Portela, Faleiro é de família de agricultores e chegou ao Pará para povoar a região da Transamazônica, em 1978. Há 25 anos, o agricultor atuou como líder sindical dos trabalhadores rurais, dirigindo a Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri) de 1998 a 2001. Antes, ele integrou a diretoria da Confederação Nacional da Agricultura (Contag).
Na legenda, Airton Faleiro integra a corrente 'PT pra Valer', que é composta também pelos deputados Valdir Ganzer, Zé Geraldo e a deputada eleita Bernadete ten Caten.
De perfil conciliador, o deputado bem bom trânsito entre os partidos que integram a base de sustentação do governo Simão Jatene. Durante o ano passado, na fase mais acirrada das disputas entre a base do governo Simão Jatene e a bancada do PT por causa da implantação das reservas florestais (Resex) no Pará pelo governo federal, o deputado conseguiu apoio dos tucanos para articular as negociações entre o Legislativo estadual e as comunidades das áreas atingidas pela medida junto ao governo Lula.
Faleiro reforça, no entanto, que a decisão de conduzi-lo à liderança é exclusiva da governadora ana Júlia, porque ela tem seis nomes para escolher, incluindo o dele. Os outros cinco são os de Regina Barata, Bernadete Ten Caten, Miriquinho Batista, Carlos Bordalo e Carlos Martins. 'Se eu for o escolhido, vou continuar atuando, como fiz na fase de transição de governo, através do diálogo', ressalta o deputado.
'Sinto que o Faleiro poderá ser melhor valorizado na liderança do governo na Alepa', acredita Regina Barata. Ela afirma que a bancada dos novos eleitos do PT deve se reunir ainda este ano, pela primeira vez, a fim de discutir a atuação conjunta no parlamento. 'Estávamos articulando a eleição para os tribunais de contas. Agora, a presidência da Alepa é o ponto mais importante que vamos nos debruçar. A liderança da bancada governista caberá é decisão que cabe à governadora', enfatiza a deputada.
Ela assegura que há muita sintonia no trabalho com Airton Faleiro e que ele fará um excelente trabalho se for o indicado para liderar a base de apoio, já que é uma pessoa de diálogo, acostumado a grandes debates e a negociações na vida sindical.

GOVERNABILIDADE

Quanto à eleição da Mesa, Airton Faleiro informa que, além dos deputados do PT, PMDB e PSB, que estão unidos em torno das negociações, outras legendas estão sendo consultadas por Ana Júlia pelo partido para atuar juntos na base governista, inclusive participando da composição dos cargos. É o caso do PPS, PV, PDT, PTB e PL, que, juntos, dispõem de 11 parlamentares. Com isso, o lado que obtiver o apoio desse bloco pode decidir a eleição para a presidência da Assembléia Legislativa.
Tanto Faleiro, quanto Regina Barata asseguram que ainda não há nenhum mapeamento sobre a correlação de forças na Casa, a partir do dia 1º de fevereiro. Eles garantem que o processo está em construção e que é preciso garantir a governabilidade da administração Ana Júlia Carepa.
Os deputados entraram na primeira fase do recesso parlamentar no dia 20. Retornam no dia 1º de janeiro para empossar a governadora eleita e completam o atual período legislativo até 15 de janeiro. Até o dia 30, o parlamento entra novamente em recesso para recomeçar em 1º de fevereiro a legislatura que irá até 2010.

Fonte: O Liberal