Sintepp mantém recusa aos 9,8%

O Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) é a única das 12 entidades sindicais que compõem a Intersindical a recusar a proposta de 9,8% de reajuste do governo do Estado para os 120 mil funcionários públicos paraenses. Os sindicalistas continuam em estado de greve. De acordo com Mateus Ferreira, coordenador da Executiva de Belém do Sintepp, a rejeição da proposta foi decidida em assembléia geral da categoria realizada na última sexta-feira, 4, no auditório da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (Ada).
A principal crítica do sindicato, segundo Mateus, é que o governo não garante a retomada do salário real da categoria. A proposta dos sindicalistas era de reajuste de 12%, incluindo o índice relativo ao reajuste do salário mínimo, concedido pelo governo federal, mais a inflação do período. Os sindicalistas também pediram ao governo as perdas históricas dos servidores públicos, que segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sociais e Econômicas (Dieese) é de 75%, acumulados em 12 anos. Mateus disse ainda que o governo não atendeu ao ponto de pauta relativo a progressão horizontal e progressão vertical, conforme estabelece o Estatuto do Magistério.
'Também deixou de responder a solicitação de que toda arrecadação do Fundo de Manutenção e desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) deve virar gratificação para os professores', afirmou. O Fundeb destina 60% da arrecadação para esse fim, pagamento de professores, mas o Sintepp quer que sejam 100% destinado aos professores. Outra solicitação diz respeito a equiparação dos salários dos técnicos (supervisores e administradores escolares) aos dos professores. O Sintepp solicita o valor de mais 50 horas para os técnicos, responsáveis pelo suporte pedagógico nas escolas, pois eles possuem graduação de nível superior. 'A categoria só vai ficar satisfeito com o atendimento desses pontos', finalizou Mateus. O sindicalista informou que no próximo dia 15, o Sintepp vai realizar ato público e assembléia geral, às 9 horas, em frente o Palácio dos Despachos, na rodovia Augusto Montenegro.
Para o chefe da Casa Civil do governo, Charles Alcântara, a proposta de reajuste oferecida aos servidores públicos foi 'a melhor que o governo conseguiu oferecer em menos de cinco meses de gestão e, por enquanto, é a melhor em nível nacional'.

O Liberal