16 agosto, 2007

Exploração sexual é maior na Transamazônica

ALERTA - Transamazônica é uma das rodovias onde ocorre maior abuso de menores
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Relatório divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela os pontos exatos onde a exploração sexual de crianças e adolescentes está mais suscetível em todo o País. Em uma malha rodoviária composta por seis rodovias federais que somam extensão total de 6,6 mil quilômetros, o Pará faz parte do topo do ranking nacional de prática desse tipo de abuso. São 93 pontos identificados nas rodovias, compostos por 200 estabelecimentos, dentre postos de gasolina, hotéis, bares e até postos fiscais mapeados no Estado, onde a prática de exploração sexual de menores é facilitada.
Minas Gerais foi apontada como a rota com maior concentração desses pontos vulneráveis, com 290 locais identificados ao longo da malha viária federal que corta o território mineiro. Sergipe foi o que revelou menor permissividade para a exploração sexual em rodovias, com apenas dois pontos identificados. O Amapá foi o único Estado brasileiro onde não houve localização de nenhum ponto de exploração.
Das seis rodovias federais que cortam o Pará, a BR-230 é disparada o maior fluxo de pontos suscetíveis. São 56 locais ao longo da rodovia transamazônica que reúnem 119 estabelecimentos vulneráveis à exploração sexual de menores. As áreas urbanas cortadas pelas rodovias concentram 54 pontos, seguida pelos bares no entorno da BR-230: no total, 32 foram identificados como suscetíveis à prática desse tipo de crime.
Os postos de gasolina são o terceiro maior tipo de estabelecimento onde há tolerância para a prática de abuso sexual contra crianças e adolescentes, com 16 indicações ao longo da BR-230. Na altura do quilômetro 619 da transamazônica foram revelados nada menos que seis pontos: dois postos de gasolina, dois pontos na área urbana, um bar e um restaurante.
Denominado Guia para Localização dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual Infanto-Juvenil ao Longo das Rodovias Federais Brasileiras, o relatório traz o resultado de um mapeamento realizado pela PRF em 60 rodovias no Brasil, que identificou 1.819 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Em relação ao alto índice de locais suscetíveis no Estado, o levantamento revelou uma associação com a expansão da economia local. É o caso da BR-163, que apesar de não ser a rodovia federal com maior concentração de pontos, tem uma concentração de estabelecimentos que propiciam a prática do abuso sexual. Somente no quilômetro 1.009, existem três estabelecimentos comerciais que facilitam a prática do abuso.
'Nos últimos anos, com a expansão da demanda pela cultura da soja por todo o território nacional, e também pela falta de áreas livres a se expandir na região sul, sudeste e até mesmo no centro-oeste do País (onde a soja se faz mais presente), a região sudoeste do Pará tornou-se uma nova área para a proliferação desta atividade agrícola, ao longo da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), impulsionando a própria economia de Santarém', explica o texto de abertura do relatório da OIT relativo ao levantamento feito no Pará.
O levantamento pode revelar um número ainda maior de locais que permitem esse tipo de exploração. Isso porque o estudo incluiu apenas as rodovias federais que cortam o País. No caso do Pará, a malha rodoviária se estende por 41.830,2 km divididos entre 6.696,3 km de estradas federais, 11.141,9 km de estradas estaduais, 316,5 km de estradas estaduais transitórias e 23.675,5 km de rodovias municipais.
Realizado desde 2004, o estudo traz informações completas e detalhas sobre a localização de postos de gasolina, boates, motéis, casas noturnas e outros locais onde pode ocorrer a exploração sexual de crianças e adolescentes. Esta é a quarta edição do estudo realizado em conjunto pela PRF e pela OIT que aponta os pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes ao longo das rodovias federais, identificados nas operações realizadas o ano passado. O levantamento completo pode ser acessado pelo site
www.oitbrasil.org.br.
O Liberal

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