12 janeiro, 2008

Serra Pelada pode ter a extração de ouro retomada

Quatorze anos após ser fechado, o garimpo de Serra Pelada, no Pará, pode ter a extração de ouro retomada. Com autorização do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM), a empresa canadense Colossus está pesquisando quanto ouro ainda existe no local.
A empresa tem três anos para apresentar as conclusões. O ouro será procurado no subsolo e também na área dos rejeitos do antigo garimpo. Se o resultado for positivo, o mineral extraído será dividido entre a Colossus e os cerca de 40 mil garimpeiros da Cooperativa Mista dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que encomendou a pesquisa.
Para o vice-presidente da Cooperativa, Assis Coelho de Magalhães, as expectativas são otimistas. “O garimpeiro é um otimista e acredita que tem muito minério. Mas o que vai dizer na verdade é o trabalho da pesquisa, que está sendo feito”, diz.
Segundo o geólogo e gerente de projetos da Colossus, Heleno Costa, os resíduos do mineral extraído por mais de uma década ainda representam fonte de riqueza. “Todo o moído e processado pelo garimpo formou uma grande quantidade de rejeito”, explica. “As informações obtidas serão exclusivas da Coomigasp.”
Por causa da mineração mecanizada, Heleno avalia que não devem ocorrer novas migrações de garimpeiros ao local, mesmo que seja encontrado muito ouro na região. “Mas o metal encontrado deve beneficiar a comunidade local”, ressalta.
O ouro em Serra Pelada foi descoberto pelo DNPM em 1976. Um ano depois, a notícia se espalhou e migrantes começaram a chegar à região em 1980. Em 1981, a população do local somava 30 mil pessoas, e três anos mais tarde, no auge da mineração, 100 mil pessoas viviam na região do garimpo.
Os primeiros garimpeiros extraíam ouro da lama das margens dos rios. Quando o metal se esgotou na superfície, a extração passou a ser feita das rochas. Mas a partir de 1984, a produção de ouro era menor a cada ano, até que, em março de 1992, o governo não renovou a autorização para garimpagem.
Quando o garimpo foi fechado, em 1994, 60 toneladas de ouro tinham sido retiradas. No lugar, onde existia uma montanha, sobrou apenas um buraco de 180 metros de profundidade.


Agência Brasil

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Índios mundurukus ocupam Distrito Sanitário Especial em Itaituba




Vinte e três lideranças indígenas representantes das 107 aldeias Munduruku do município de Jacareacanga ocuparam ontem, 13, a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Tapajós, em Itaituba. Pertencente à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o distrito abrange as regiões do médio e alto rio Tapajós e administra as ações de saúde em 116 aldeias. A ocupação, que começou às 18 horas, foi a maneira encontrada pelas comunidades para prestar solidariedade ao atual chefe do distrito, Raimundo Rosilvado Ferreira, que estaria prestes a ser exonerado. Os indígenas querem a permanência de Raimundo Rosilvado no cargo.
O coordenador da Associação Indígena Pussuru, o índio Munduruku José Ermiliano, não é de hoje que politicos do PMDB de Itaituba vem tentando substituir o atual chefe do Dsei Tapajós. 'A situação já vem de algum tempo, mas nõs não queremos a saída de Rosilvado. Ele está no cargo há dois anos e vem fazendo um bom trabalho. Ele quer ajudar a população indígena e sempre ouve as comunidades. Ele faz um trabalho junto com os índíos, ouvindo os índios', explica a liderança, acrescentando que os indígenas não vão aceitar a interferência dos 'políticos brancos na vida dos índios', a liderança está se referindo ao pré-candidato a prefeito de Itaituba pelo PMDB, Valmir Climaco, que quer colocar no cargo Angela Reges, irmã do ex-prefeito Benigno Reges. 'A comunidade indígena é quem diz o rumo que quer para saúde nas aldeias', acrescenta Emiliano.
O vereador de Jacareacanga Gerson Manhoari Munduruku, que acompanha as lideranças indígenas na ocupação, diz que os índios só deixarão a sede do Dsei quando houver a confirmação da permanência de Raimundo Rosivaldo no cargo. 'Amanhã (hoje) vamos pedir uma reunião com representantes da Funai, Funasa e Ministério da Saúde. Queremos gente que decida essa situação de uma vez por todas. Se a situação não se resolver, vamos chamar os caciques de 97 aldeias e seus guerreiros para aumentar a ocupação e fazer pressão', diz o vereador.
Sem o atual administrador, diz Gerson Manhoari, os índios temem que a situação da saúde indígena na região, que já é precária, se torne ainda pior. 'Estamos fazendo uma recuperação agora, sem a continuidade do trabalho, é possível até que retiremos os indios internados nas casais (hospital onde os indios ficam internados) para morrerem nas aldeias, até que essa situação seja resolvida. Nós queremos que a comunidade indígena continue a trabalhar junto com o pessoal do Distrito, não queremos interferências políticas aqui', acrescenta.

janeiro 14, 2008 2:05 AM  

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