11 janeiro, 2008

Anac investiga sabotagem em avião de prefeito

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já está investigando as causas do acidente envolvendo o avião monomotor Cessna 210, que caiu, domingo passado, no rio Curuá, em Novo Progresso, sudoeste do Estado a 1.620 quilômetros de Belém. A aeronave transportava o prefeito do município, Tony Fábio Gonçalves, o piloto Ivo André.
Uma das linhas de investigação é que houve sabotagem para tentar provocar o acidente que deveria levar o prefeito à morte.
As suspeitas de sabotagem derivam dos problemas apresentados recentemente na mesma aeronave, devido à ocorrência de água misturada ao combustível. Segundo relato do prefeito ele teve que retirar água do tanque da aeronave três vezes nos últimos meses. 'O avião fica parado no aeroporto de Novo Progresso, que não tem segurança nem qualquer vigilância', disse Tony Fábio, suspeitando que a água tenha sido colocada no avião por alguém que queria vê-lo morto.
Outro motivo que leva a crer em atentado é que o prefeito já sofreu pelo menos duas tentativas de assassinato. Na última delas, há cerca de dois meses, um grupo de pistoleiros armados entraram em sua chácara na cidade e por pouco não o mataram. Houve troca de tiros entre policiais que faziam a segurança e os pistoleiros. Desde que assumiu, em 2005, o prefeito vem enfrentando uma dura disputa política com a oposição, que o acusa de irregularidades. Ele se defende e diz que a oposição não quer disputar o poder de forma democrática, mas tomar o cargo na marra.
ÁGUA
No caso do acidente aéreo, a Anac investiga também outras possíveis causas, mas segundo relato do piloto Ivo André, o avião fez a decolagem normalmente de uma pista situada em uma área rural de Novo Progresso e logo após a decolagem o motor rateou e parou. O avião começou a cair e, próximo ao solo, o motor funcionou novamente, uma característica comum quando existe água no combustível. 'Já havíamos retirado água do tanque do avião três vezes. Uma vez tiramos três litros de água', contou o prefeito.
Depois que o avião perdeu altitude o piloto não teve mais condições de controlar a aeronave, que por sorte caiu no leito de um rio com cerca de cinco metros de profundidade. Imediatamente após a queda, o piloto conseguiu abrir a porta e sair, mas o prefeito Tony Fábio ficou preso na aeronave, que começou a afundar e se encher de água. O que se passou depois foram momentos de pânico, mas de acordo com o relato de Tony Fábio, ele conseguiu escapar depois de quebrar o pára-brisa do avião com a própria cabeça.
TERROR
Tony Fábio disse à reportagem que, antes de conseguir sair do avião, passou momentos de terror. Ele ficou na cabine cheia de água e lembrou que tinha uma arma em sua mala, que estava no avião. O prefeito, que tem porte de arma, mergulhou até a parte traseira da aeronave e pegou a pistola, voltando para a parte dianteira. Ele conseguiu disparar três tiros no pára-brisa, mas só conseguiu sair depois de usar a própria cabeça para acabar de quebrar o vidro. 'Só sobrevivi por um milagre de Deus', diz.
O piloto e o prefeito ainda ficaram a noite toda na margem do Rio Curuá, aguardando o dia amanhecer para chegarem ao local mais próximo a avisar sobre o acidente. Somente na segunda-feira pela manhã é que ele recebeu os primeiros atendimentos médicos. A aeronave foi retirada do local do acidente ontem.
O Liberal

Anúncio provido pelo BuscaPé
Baixaki
encontre um programa:
www.g1.com.br