25 agosto, 2008

Homem mata amante e fere outra mulher

Policiais civis de Itaituba, município do sudoeste paraense, estão tentando localizar Dogival Andrade da Silva, acusado de assassinar Denise Rodrigues da Silva, 19 anos, conhecida como "Letícia", e de disparar quatro tiros contra Tatiana Miranda Portela, 24 anos.
De acordo com um bilhete escrito por Tatiana Miranda Portela, ela, sua amiga Denise e um homem conhecido como Andrade saíram no sábado, 23, por volta de 13 horas, numa caminhonete L-200 branca, para o Forró do Sítio, balneário localizado no km 17 da rodovia Transamazônica, sentido Itaituba/Jacareacanga, para festejar o aniversário de Denise Rodrigues. Antes de chegar ao balneário, o veículo foi interceptado por outra caminhonete L-200, de cor escura. Segundo Tatiana escreveu no bilhete, "no início a gente pensava que era um assalto, mas logo em seguida eu reconheci o Dogival, amante da Letícia, que estava acompanhado de mais dois homens". Tatiana, no bilhete, relatou que tão logo eles entraram na caminhonete de Dogival, ele alvejou-a com um tiro no ouvido. Andrade tentou defendê-la, mas foi atingido por várias coronhadas. Tatiana afirma que desmaiou e depois não viu mais nada. Quando acordou, ainda de acordo com o bilhete, ela percebeu que estava na mata, próximo da rodovia. Se arrastou até a margem em busca de socorro.
Por volta de 16 horas, um veículo trafegava pelo km 80 da rodovia Transamazônica, área do Parque Nacional da Amazônia, quando avistou uma mão ensangüentada. Ao se aproximar, viu a mulher caída no solo, à margem da rodovia, toda ensangüentada. O motorista conduziu Tatiana até o hospital municipal de Itaituba. No caminho, ela pediu um papel e uma caneta, também registando que o corpo de sua amiga estava na mata, próximo ao local onde ela foi encontrada.

DISPAROS

Segundo a polícia, "a vítima (Tatiana) foi alvejada com quatro tiros de revólver calibre 38 - no ouvido, que varou na boca, na garganta, no peito e no lado direito, à altura das costelas. Por causa do disparo na garganta, ela não conseguia falar, mas escreveu num bilhete detalhes do crime à polícia.
O homem que socorreu Tatiana comunicou à Polícia Militar o que havia ocorrido e disse que, segundo a sobrevivente, o corpo de sua amiga continuava no local do crime. Imediatamente, seis homens da PM, sob o comando do sargento Luiz Nóia, seguiram até o local, onde depois de intensas buscas localizaram o corpo de Denise Rodrigues da Silva na mata do Parque Nacional da Amazônia. A polícia não encontrou vestígios do homem que estava com as duas mulheres na L-200 branca. De acordo o sargento, "antes do assassinato a mulher foi torturada e depois alvejada com cinco disparos de revolver calibre 38".
Quanto à terceira pessoa que estaria com as mulheres, a polícia não tem informações de seu paradeiro. Mas, segundo levantamento feito pelos investigadores Lobo e Hércules, "Andrade é sobrinho do acusado", o que levou a polícia suspeitar de envolvimento dele no assassinato de "Letícia". O suspeito não compareceu à delegacia para comunicar o crime e continua desaparecido, assim como o veículo que ele ocupava com as mulheres.
Tatiana Miranda Portela continua em estado grave no hospital de Itaituba. A família dela solicitou reforço policial no hospital, já que ela é testemunha do crime.

MOTIVO

O delegado José Carlos, que está comandando a investigação, afirmou que até o momento não foi possível descobrir a causa do crime, mas trabalha com duas hipóteses. Há informações de que Dogival estava com muito ódio, porque, como é casado e pai de quatro filhos, foi tornado público que ele mantinha relacionamento extraconjugal com Letícia, que conheceu na comunidade Jardim do Ouro.
A esposa do empresário ficou sabendo do caso e foi tomar satisfações com ele, dando início a uma briga. Posteriormente, o empresário teria encontrado a vítima. Os dois discutiram e muito. Em seguida, surgiu um homem que comentou com o empresário que sabia do envolvimento dele com Letícia, e ameaçou contar para a esposa. Acuado, o empresário teria cometido o crime.
Segundo comentários em Itaituba, Letícia, além de amante do acusado, "sabia demais" a respeito de seus negócios na mineradora onde o mesmo trabalhava. A polícia também investiga a hipótese de "queima de arquivo". O enterro de Denise Rodrigues da Silva será hoje pela manhã, no cemitério São Francisco das Chagas, em Itaituba.
Lúcio Freire

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