26 fevereiro, 2007

Agricultor é torturado por policiais militares em Itaituba

Os SD/PMs “Teodoro” e “Souza Silva” estão sendo acusados de torturar o agricultor Francisco de Assis Cativo, 31 anos, morador na estrada Miritituba/Pimental, km 17; município de Itaituba.
Conforme depoimento da senhora Maria Raimunda de Oliveira, proprietária do Bar “Sombra da Mangueira”, no distrito de Miritituba; o agricultor Francisco Assis de Cativo, chegou em seu estabelecimento comercial no dia 16/02, por volta de 20:00h, “coisa que ele sempre fazia quando vinha de sua colônia”. No bar, ele pediu “peixe frito” para comer com seu irmão e um amigo. “Eles beberam seis cervejas, jantaram e por volta de 1:00h, quando eu estava fechando o bar apareceu um senhor pedindo para um deles ir atrás de um táxi para socorrer um doente nas proximidades do local. Seu irmão pegou a moto, juntamente com o homem que veio pedir socorro e saíram em busca de um táxi. Não encontrando, foram até o Box da Polícia Militar pedir socorro”. Os policiais militares Teodoro e Souza Silva levantaram e foram socorrer o doente. Até então os dois estavam à paisana. Passados alguns minutos os dois apareceram no local onde estavam os três rapazes e viram um pequeno facão entre os pertences de Francisco Assis. Um deles indagou de quem era a faca. A vítima respondeu que era dele. Um dos policiais solicitou que o mesmo os acompanhasse até a destacamento policial, o mesmo se negou a ir, afirmando que não era bandido e nem ladrão para ser preso. O policial disse que era para ele ir, pois eles apenas iriam fazer um procedimento.


Seu irmão por sua vez disse que ele não iria porque ele não havia cometido crime algum. Segundo a jovem Rejane Cristina “Nesse momento foi então que um dos policiais deu um tapa em seu rosto e levantou a faca ameaçando furá-lo; daí o outro tomou a faca”.


Francisco Assis Cativo foi encaminhado até o destacamento de Polícia. Ao chegar no local, os policiais o arrastaram desde o jardim (no pátio) até a cela do destacamento, enquanto o arrastavam, lhe davam “bicudas, chutes e pontapés; e ao mesmo tempo pisaram em cima dele” disse o irmão, Maxuel Cativo, que também levou “uns socos” dos PMs.


No Hospital com voz cansada e trêmula, a vítima disse que a tortura durou praticamente toda a madrugada. Depois de tantos gritos, os policiais deram uma trégua. “Mas a dor era insuportável”.Segundo a senhora Maria Anita Vasconcelos dos Santos, que tem residência próxima ao Destacamento de Polícia Militar, “a gente escutava os chutes e pontapés, e os gritos do rapaz pedindo socorro”. Ainda segundo a dona de casa, “o rapaz amanheceu o dia gritando pedindo socorro”.


O senhor Bianor, vigia do Posto de Saúde da comunidade, confirmou que todos os vizinhos escutaram os gritos de socorro por parte da vítima.A reportagem do Jornal Província do Tapajós, o jovem Jardel Alves dos Santos, proprietário da única farmácia da comunidade disse que pela manhã os policiais o chamaram “para aplicar uma injeção na vítima, pois o mesmo se queixava de muita dor”. Jardel aplicou “uma injeção de Buscopan, Glicose e Plasil”, pois segundo ele, “o rapaz estava com muita dor e vomitando muito”.


Após uma aparente melhora da vítima, os policiais o liberaram e ele foi para a casa de sua mãe, na cidade de Itaituba.


Sua mãe, a senhora Graciete Cativo Guedes (foto) disse que quando chegou em casa, ao ver seu filho jogado no chão aos gritos e vomitando sangue, encaminhou-o imediatamente para o Hospital Municipal. No Hospital, após ultra-sonografia e raios-X, os médicos disseram que o mesmo estava todo arrebentado por dentro: “Baço, estômago, intestino estavam comprometidos, dada a quantidade de bicudas e pontapés”.O caso foi levado a publico somente na quinta-feira, 22/2, quando a família resolveu denunciar na 19ª Seccional de Polícia Civil e no Ministério Público. Até o fechamento desta edição a vitima havia passado por duas cirurgias, mas continuava em estado grave.


Segundo o médico Dr. Manoel Cordovil Diniz que atendeu o paciente, “o estado do paciente é grave e se tivermos que fazer outra cirurgia, ele não vai resistir”.A mãe desesperada pedia ao médico que fizesse alguma coisa para salvar a vida de seu filho. E ao mesmo tempo pedia justiça. Ela disse que não consegue admitir como policiais, responsáveis para manter a segurança são capazes de cometer tamanha atrocidade.


Fonte: Lúcio Freire www.provinciadotapajos.com.br

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