15 março, 2007

PF e OAB reagem ao novo ministro

Setores da Polícia Federal, a oposição na Câmara e a Ordem dos Advogados do Brasil anunciaram que vão cobrar com intensidade e ficar 'muito atentas' à atuação do novo ministro da Justiça, Tarso Genro. Lideranças dessas instituições disseram manter 'relações cordiais' com Tarso, mas avisaram que não pretendem abrir mão de reivindicações e garantias que não teriam sido cumpridas e acatadas durante o primeiro mandato do governo Lula.
É o caso da PF. 'Nossa cobrança é pela autonomia da Polícia Federal e independência funcional', disse Armando Rodrigues Coelho Neto, presidente da Federação dos Delegados da PF. 'Se Tarso Genro não tiver essa visão realmente ele vai ter problema na PF e não será bem-vindo', alertou. 'Estamos cansados e fartos do uso político da PF. Não estamos fazendo prejulgamento, mas a gente espera que ele seja simpático à nossa bandeira pela independência. Estamos preocupados com a visão política que Tarso Genro possa ter em relação à PF.'
Ao escolher o petista Tarso Genro para o lugar do jurista Márcio Thomaz Bastos, o presidente Lula optou pela troca de alguém de perfil mais técnico por um político de viés fortemente partidário. Tarso, que tomará posse amanhã, terá sob seu controle um orçamento de mais de R$ 5 bilhões para este ano. A PF, subordinada ao Ministério da Justiça, conta 13 mil policiais e sua performance ajudou o presidente Lula a se reeleger. Também estão afetas à pasta a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança Pública.
COBRANÇAS
Gaúcho de São Borja, Tarso, de 50 anos, foi duas vezes prefeito de Porto Alegre. Ele começou a militância política logo depois de se formar em Direito, na década de 70. Após um período de exílio no Uruguai, em razão de processo na Justiça Militar, retornou ao Brasil e instalou-se em Porto Alegre, onde abriu escritório de advocacia, trabalhando para sindicatos e associações de trabalhadores.
O delegado Coelho Neto salientou que Tarso será 'muito cobrado' pelo cumprimento de um acordo que os delegados firmaram com o governo prevendo correção salarial da categoria em duas parcelas de 30%. A primeira parcela foi quitada em meados de 2006. A segunda deveria ter sido depositada em dezembro, mas não foi. 'Enrolaram a gente', declarou o delegado.
A oposição na Câmara viu com restrições a indicação de Tarso Genro para o cargo de ministro da Justiça. Tarso já fez declarações antes de ser indicado para a pasta que desagradaram os partidos como a defesa do uso maior de consultas populares, como plebiscito e referendo, em questões que julga de interesse da sociedade. 'É um histórico que assusta, principalmente porque tem a Polícia Federal sob sua subordinação', declarou o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).'
Fonte: Agência Estado

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