30 abril, 2007

Mototaxistas clandestinos tomam conta de Santarém, diz estudo

No último dia 20 de abril, o especialista em engenharia econômica, professor e coordenador do curso de Ciências Econômicas das Faculdades Integradas do Tapajós (FIT), José de Lima Pereira (CORECON 1.842-2 - PA/AP), 48 anos, finalizou a compilação do estudo intitulado 'Análise de cenários do setor de transporte coletivo urbano de Santarém, Estado do Pará: 2000-2007'. O jornal O LIBERAL teve acesso em primeira mão ao trabalho científico, que destaca em números a importância econômica e financeira das empresas que operam no setor de transporte coletivo urbano em Santarém e que, mesmo assim, vêm sofrendo prejuízos significativos nos últimos sete anos. A principal causa para esses prejuízos é a existência de mais de três mil mototáxis clandestinos trabalhando na cidade.
Num primeiro momento, o artigo estabelece comparações de dados do período compreendido entre 2000 e 2007, obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Secretaria Municipal de Trânsito, Coordenadoria Municipal de Transportes (CMT) e Centro Avançado de Estudos Amazônicos (Ceama). Num segundo momento, destaca as medidas tomadas para mitigar os impactos do quadro desfavorável traduzido em números pelas empresas de transporte coletivo, sob a concessão do poder público municipal desde 2000.
A população santarena, que era de 268 mil habitantes em 2000, conforme dados do IBGE, em 2007 subiu para 310,1 mil habitantes: um aumento populacional de 15,67%.
O total de passageiros transportados, incluindo os de tarifa normal, estudantes, deficientes com dificuldades de locomoção e seus respectivos acompanhantes e o pessoal em serviço (correios, policiais, justiça e outros), que era de 3,5 milhões mensais em 2000, caiu para 2,4 milhões mensais em 2007 - ou seja, mesmo com o aumento populacional no período, a clientela foi reduzida em 30,4%. Já os idosos, deficientes com dificuldades de locomoção e seus respectivos acompanhantes e o pessoal em serviços, que em 2000 somavam 325,6 mil, chegam a 447,3 mil em 2007, um aumento significativo da gratuidade em mais de 37%, cenário que também contribuiu para o agravamento deficitário do setor.
Ao longo dos sete anos, a inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) através do Instituto Brasileiro de Geografia, chegou a 68,3%, e o preço da passagem, em todo esse período, foi ajustado em 62,5%, ou seja, de R$ 0,80 em janeiro de 2000 para R$ 1,30 até o presente momento (abril de 2007), abaixo do índice de inflação média em todo o período (janeiro/2000 a abril/2007), cita o artigo, realçando que o preço da passagem aumentou 62,5% e que mesmo assim ficou abaixo da inflação, medida no período em 68,3%.
Um das principais causas para o baque do setor veio da legalização do serviço de 200 unidades de mototáxi em 2000 e, principalmente, do incremento de mais de três mil trabalhando na ilegalidade. 'Com a implantação do serviço alternativo de mototaxista, o número de passageiros que pagava tarifa cheia caiu 48,6%, sufocando ainda mais o setor', escreve José Lima. Com dados colhidos no Detran, sabe-se que hoje o número total de motocicletas registradas em Santarém é de 14.408 e que deste total 3.544 ou 26,4% estão no serviço autônomo de transporte alternativo de passageiros o chamado moto táxi. O número de passageiros transportados com tarifa normal foi reduzido em 48,6%, o que significa uma transferência de quase metade dos passageiros para o serviço de transporte alternativo.
Do mesmo total de motocicletas registradas no Detran, também se sabe que 2.248 ou 15,6% são pilotadas por estudantes. O resultado é uma redução de 1,1 milhão de estudantes transportados em 2000 para 915 mil em 2007: uma redução de 16,7%, isto porque, além do uso do serviço de mototáxi, mais de dois mil estudantes utilizam hoje motocicletas próprias como meio de transporte.
Agência Amazônia

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