04 outubro, 2007

No Pará, 400 estão na corda bamba

Faltando dois dias para o término do prazo fixado pela Justiça Eleitoral para as filiações partidárias, a indefinição predomina entre as legendas e, sobretudo, nos legislativos em todo o País. Tanta cautela se justifica pela expectativa criada em torno do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou para hoje a decisão sobre a fidelidade partidária.
No Pará, apenas dois partidos - PSDB e PV regionais - pleiteiam as vagas de infiéis, mas cerca de 400 parlamentares estão com os mandatos a prêmio. Dados da Federação Brasileira das Câmaras Municipais - Seção Pará mostram que cerca de 20% a 30% dos 1.360 vereadores paraenses trocaram de partido na atual legislatura, iniciada em 2004. Só na Câmara Municipal de Belém - um dos casos mais alarmantes - 17 dos 35 vereadores mudaram de legenda. Alguns trocaram até quatro vezes em apenas três anos.
Na Assembléia Legislativa do Pará, nenhum partido requereu a vaga deixada pelos deputados infiéis, mas estão no fio da navalha os deputados Martinho Carmona (ex-PDT), Alessandro Novelino (ex-PSC) e Josefina Carmo (ex-PFL), que nesta legislatura ingressaram no PMDB. Na bancada federal, podem ficar sem mandato os deputados paraenses Lúcio Vale (PMDB), que migrou para o PR no primeiro dia de mandato, e Zequinha Marinho (PSC), que passou para o PMDB.

FREIO

Na manhã de ontem, todos concordavam no seguinte: a decisão que o STF tomará hoje vai ser um divisor de águas para as próximas eleições. Isso porque, independentemente do posicionamento do Supremo e de quem já mudou de partido, muitos candidatos que estavam ensaiando trocar de legenda puxaram o freio, à espera da decisão de hoje. Ou seja, é bem provável que muitos procurem o TRE e TJE nas horas derradeiras do calendário eleitoral.
Na Assembléia Legislativa, por enquanto, pelo menos um parlamentar estaria no grupo dos indecisos: Deley Santos (PV), pré-candidato à Prefeitura de Tucuruí. Ele não foi localizado para confirmar a possível mudança, mas especula-se que sua ida para o PMDB já estaria engatilhada.
Na avaliação do presidente da Federação Brasileira das Câmaras Municipais, o vereador Raimundo Castro, independentemente da decisão de hoje, os próximos dias serão de grandes mudanças. 'Se passar (a regra da fidelidade), e os partidos requererem as vagas, boa parte das bancadas será renovada. Se não passar, muitos ainda vão tentar de última hora fazer as acomodações, principalmente no interior. E em alguns casos, isso pode ser significativo em alguns municípios: se, por exemplo, saírem três vereadores, isso poderá significar a mudança de 30% da Câmara local', afirmou.
O Liberal

Anúncio provido pelo BuscaPé
Baixaki
encontre um programa:
www.g1.com.br