21 novembro, 2007

Confirmada viabilidade de Belo Monte

O novo inventário do potencial hidrelétrico da Bacia do Xingu realizado pela Eletrobrás aponta a usina de Belo Monte como a única viável economicamente para exploração hidrelétrica no universo dos próximos 30 anos. O estudo, refeito nos últimos dois anos, foi entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final de outubro deste ano. Polêmico desde que começou a ser ventilado, nos anos 90, o aproveitamento hidrelétrico da região da chamada 'volta grande' do rio Xingu, ainda é tema de debates acalorados sobre os impactos que o projeto irá gerar na região e a relação destes com os benefícios para a população local. A falta de consenso ficou patente durante o II Fórum Técnico Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) de Belo Monte: Matriz Energética Brasileira, realizado em parceria pela Eletrobrás e a Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Fórum foi realizado no auditório do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos e reuniu, além de pesquisadores e estudantes da Universidade, representantes da Eletrobrás, da Eletronorte e do Ministério de Minas e Energia. Paulo Altaur Pereira Costa, assessora especial da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Estratégico do Ministério de Minas e Energia, fez questão de lembrar que o aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Xingu integra um plano nacional de expansão energética que visa atender a demanda crescente de energia do país frente ao crescimento econômico projetado até 2030. Também faz parte do plano a ampliação da participação de outras matrizes energéticas como o carvão mineral e o gás entre as fontes de produção de eletricidade. A matriz hídrica, no entanto, continuará a ser a predominante dentro do Brasil e a Amazônia é atualmente a região que mais concentra potencial de geração não-exporado dentro do território nacional.
O representante da Eletrobrás, Paulo Fernando Vieira Souto Rezende, coordenador geral dos estudos de viabilidade da usina de Belo Monte, acredita que as dúvidas sobre a implantação da usina e toda a polêmica atual poderá ser vencida ao longo dos próximos anos, quando serão realizados os estudos de Impacto Ambiental sobre a usina. O debate com a sociedade local, que vai continuar, também será importante para dirimir as dúvidas atuais. 'O processo é esse mesmo. Nossos estudos mostram que Belo Monte é economicamente viável. A Eletrobrás tem conseguido rebater todos os questionamentos levantados sobre o projeto, principalmente aqueles relacioados aos custos, à viabilidade da geração e à participação das comunidades tradicionais e dos índios', explica o executivo.
O novo inventário da Bacia do Xingu foi apresentado pela Eletrobrás à Aneel no último dia 9 de novembro. 'Belo Monte apresenta uma queda de 90 metros que garante uma boa produção de energia', afirma Rezende. A usina funcionará a plena potência - pocuo mais de 11 mil MW - apenas nos meses de janeiro a maio, quando é maior a vasão do rio Xingu. 'Esse período de operação permitirá economizar energia em usinas como Sobradinho e Serra da Mesa. Quando Belo Monte reduzir a operação a apenas uma ou duas máquinas, entrará no sistema interligado a energia disponível nas Regiões Sudeste e Nordeste', diz. 'A geração de energia em bacias diferentes agrega confiabilidade ao sistema', acrescenta o representante do Ministério das Minas e Energia.
O Liberal

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