28 novembro, 2007

Governo não vai se pronunciar sobre impeachment


Questionada se o governo do Pará vai se pronunciar a respeito das declarações feitas pela comentarista política da rádio CBN, Lúcia Hippolito, a respeito da possibilidade de impeachment da governadora Ana Júlia Carepa, a Secretaria de Estado de Comunicação informou que 'não vai entrar no mérito da questão'.
Em entrevista, Hippolito afirmou que se governadora já tinha conhecimento de casos como o da jovem de Abaetetuba, presa com homens em uma cela - e não tomou providências para impedir que voltassem a acontecer, ela incorreu em crime de responsabilidade, que é mais do que o suficiente para servir de base para o pedido de impeachment.
'Ela é a governante, a responsável última por aquela política pública, e tomou conhecimento do ilícito e nada fez para coibi-lo. Está cometendo crime, que pode ser negligência criminosa, omissão, cumplicidade, uma porção de coisas que se põe sobre esse guarda-chuva que é o crime de responsabilidade', destacou.
A jornalista associou a declaração da governadora 'infelizmente, casos de mulheres presas em celas com homens existem mesmo' com a postura do presidente Lula na época do escândalo do mensalão. Ela explicou que o presidente Luís Inácio Lula da Silva recebeu na ocasião, do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o conselho de alegar ignorância do fato, sob a alegação de que não seria incriminado se o assunto fosse desconhecido por ele. 'Como ele seria incriminado por não tomar providência para coibir o mensalão se alegava não saber da sua existência? Agora é o contrário. A governadora diz que essas coisas acontecem no Pará e joga a culpa nas costas dos governos anteriores', ressaltou.

Delegado-geral - A secretaria também informou que a governadora ainda não conversou com o delegado-geral, Raimundo Benassuly, cujas declarações feitas ontem na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal repercutiram no país inteiro. Ontem, questionada se o delegado seria exonerado, Ana Júlia declarou que 'as questões administrativas do Pará, eu resolvo no Pará'.
Hoje, durante a divulgação dos resultados dos exames aos quais a jovem foi submetida, o delegado-geral em exercício, Justiniano Alves, foi questionado se houve algum exame de sanidade mental realizado pela vítima. Alves respondeu que não. 'O que está sendo questionado aqui não é se ela tem problema mental, mas sim a violência contra a mulher, que foi sofrida pela menina', afirmou sobre o questionamento que veio à tona depois da declaração de ontem.

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