23 fevereiro, 2008

Câmara de Jacareacanga em Pé de Guerra


Na sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada na manhã desta sexta-feira, (22); a bancada petista tentou criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de afastar o presidente, vereador Raimundo Bernardo da Silva, o popular "Dico", sob a acusação de várias irregularidades na sua administração.
Plenário Lotado, o presidente iniciou a sessão ao franquear a palavra, o vereador Gerson Manhuari Munduruku, apresentou denuncia contra o presidente da Câmara, na qual o cidadão conhecido por "João do Muiuçú" relata que o presidente Raimundo Bernardo da Silva estaria usando o nome de sua empresa para fabricar notas fiscais frias e prestar contas as TCM.
A fraude foi descoberta quando os vereadores solicitaram no Tribunal de Contas dos Municípios as prestações de contas da atual administração. Nas prestações de contas aparecem notas fiscais referentes a viagens e transporte de mercadorias da Câmara para a comunidade Porto Rico, que variam de R$ 1.500,00 à R$ 6.000,00.
A denúncia de irregularidades foi feita pelo empresário conhecido por "João do Muiuçú", através de uma representação feita pelo vereador Gerson Manhuari Munduruku.
Segundo João do Muiuçú, proprietário de quatro embarcações de pequeno porte que fazem viagens para as comunidades do município de Jacareacanga, "nos últimos três anos nunca fiz nenhum frete para a Câmara de Vereadores de Jacareacanga". João disse que na administração anterior, quando Carlos Augusto Veiga, era presidente da Câmara, ele fez algumas viagens para o poder legislativo de Jacareacanga. Contudo na administração de Raimundo Bernardo da Silva "não". Na denuncia, o empresário solicita exame grafotécnico da assinatura nos recibos para comprovar com a sua assinatura e comunicou que nunca recebeu um centavo da Câmara e nunca autorizou ninguém a fazê-lo.
Gerson Manhuari Mundurucu, vice-presidente da Câmara que protocolou a denuncia, no dia 21 de fevereiro, dando ciência ao presidente, ao usar a tribuna da Câmara, pediu que fosse votado a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, alegando que de acordo com o Artigo 5º do Decreto Lei 201/67, diz que após o recebimento, a denuncia pode ser lida na primeira sessão da Câmara e posteriormente votado a criação da CPI.
O vereador Gersinho alertou o presidente dizendo da obrigatoriedade de suspender a sessão por 15 minutos para formalizar ofício pedindo a criação da CPI, o presidente não aceitou. Nesse momento houve um principio de tumulto, quando o indígena João Karikafu Kaipó, iniciou uma discussão com o presidente da Câmara e Raimundo Bernardo ameaçou chamar a polícia para acalmar os ânimos do índio. Mas logo em seguida o ambiente acalmou.
Gerson Manhuari, Raimundo Ambrosio e Rafael Manhuari, todos do PT queriam que o presidente fosse afastado para não atrapalhar as investigações e sugeriram a indicação de outro vereador para presidir a sessão.
Raimundo Bernardo da Silva deu por encerrada a sessão e retirou do plenário.
Em contato com a reportagem, Raimundo Bernardo da Silva alegou que além do tumulto no plenário da Câmara, ele sentiu-se pressionado pelos colegas para se afastar da presidência, por isso suspendeu a sessão.
Do outro lado, Gerson Manhuari afirmou que além das denuncia do empresário, existem outras provas de irregularidades na administração da Câmara. "O cafezinho, por exemplo, que é servido durante a semana na Câmara chega a R$ 8 mil reais mensais".
Lúcio Freire

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