Pará perde rebanho para Mato Grosso
A caça ao 'boi pirata' patrocinada pelo Ministério do Meio Ambiente está provocando um fenômeno econômico que pode causar grandes prejuízos ao Pará: uma venda em massa do rebanho bovino da região oeste do Estado para criadores do Mato Grosso. Os pecuaristas da região temem perder o gado e colocaram os bois à venda, inclusive as fêmeas, o que pode levar a uma redução significativa do rebanho em poucos anos e ainda aumentar o preço do produto para o consumidor final. Os pecuaristas do Mato Grosso se aproveitam dos preços melhores e estão comprando aos milhares e levando a boiada pelas rodovias federais que cortam a região
Somente no último mês, mais de dez mil cabeças de gado foram compradas no oeste do Estado e estão sendo levadas para o Mato Grosso. Se a debandada persistir, mais de 100 mil cabeças devem atravessar a fronteira até o final do ano. Um único criador do Estado vizinho comprou duas mil cabeças, a maioria fêmeas. Milton Boiadeiro diz que a compra compensa, pois o preço no Pará é melhor. Na Transamazônica, o quilo do boi vale em torno de R$ 3,70, mas alguns criadores desesperados chegam a oferecer até por R$ 2.
A venda é feita não somente por grandes e médios pecuaristas da região, mas principalmente por pequenos criadores da margem da rodovia Transamazônica (BR-230), que estão com medo de perder o rebanho para a operação deslanchada pelo Ministério do Meio Ambiente que já apreendeu mais de três mil rezes na região. Para piorar a situação, a Operação Arco de Fogo, que está na área há mais de um mês, tem aumentando a pressão sobre os produtores, fazendo com que vendam seu rebanho mais barato.
O Ministério diz que serão apreendidos somente o gado criado em unidades de conservação, mas criadores que possuem terras na região de colonização da Transamazônica já receberam a visita de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tiveram a propriedade embargada ou foram proibidos de retirar o rebanho da fazenda. A notícia se espalha como rastilho de pólvora e cria um clima de terror entre os pecuaristas, que passam a vender as rezes o mais rápido possível, baixando o preço e atraindo pecuaristas de outros estados.
O presidente do Sindicato Paraense da Pecuária de Corte (Sindicorte), Francisco Alberto de Castro, diz que a saída de gado da região é o resultado de uma política ambiental que criminaliza o produtor. 'Os produtores estão apavorados. Em vez de prestigiar o produtor, orientar e incentivar, o que o governo está fazendo é terrorismo', diz Francisco, destacando que tem recebido todos os dias inúmeras ligações e visitas de produtores que estão aterrorizados e querem vender o rebanho com medo de perder o trabalho de anos, muitas vezes de mais de duas décadas.
Francisco diz que só Altamira e municípios próximos possuem hoje um rebanho com cerca de 1,5 milhão de rezes e que muitos criadores estão na região há anos e nunca foram procurados pelo governo para serem orientados sobre a legislação ambiental. Outro problema, segundo ele, é que a região não recebe uma ação efetiva de regularização fundiária há quase 20 anos. O resultado é que boa parte da produção está sob terras ocupadas de forma precária durante estes anos, sem a titulação definitiva. Como o governo diz que vai prender bois em áreas de ocupação, o clima de medo tomou conta dos pecuaristas.
Francisco diz que o Sindicorte está orientando os produtores para que busquem seus direitos na Justiça, já que a Constituição Federal garante o direito à posse. 'O governo não vem aqui para ajudar, para orientar. Só cria problemas. Por isso, a orientação é que todos busquem o Judiciário para que nossos direitos sejam garantidos. Afinal, vivemos ainda em um estado de direito', disse, acrescentando que se a venda do rebanho para outros estados persistir, uma das conseqüências será o aumento do preço para o consumidor final. 'Toda a sociedade é que vai pagar a conta. E os mais pobres não terão carne na mesa', adverte.
Somente no último mês, mais de dez mil cabeças de gado foram compradas no oeste do Estado e estão sendo levadas para o Mato Grosso. Se a debandada persistir, mais de 100 mil cabeças devem atravessar a fronteira até o final do ano. Um único criador do Estado vizinho comprou duas mil cabeças, a maioria fêmeas. Milton Boiadeiro diz que a compra compensa, pois o preço no Pará é melhor. Na Transamazônica, o quilo do boi vale em torno de R$ 3,70, mas alguns criadores desesperados chegam a oferecer até por R$ 2.
A venda é feita não somente por grandes e médios pecuaristas da região, mas principalmente por pequenos criadores da margem da rodovia Transamazônica (BR-230), que estão com medo de perder o rebanho para a operação deslanchada pelo Ministério do Meio Ambiente que já apreendeu mais de três mil rezes na região. Para piorar a situação, a Operação Arco de Fogo, que está na área há mais de um mês, tem aumentando a pressão sobre os produtores, fazendo com que vendam seu rebanho mais barato.
O Ministério diz que serão apreendidos somente o gado criado em unidades de conservação, mas criadores que possuem terras na região de colonização da Transamazônica já receberam a visita de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tiveram a propriedade embargada ou foram proibidos de retirar o rebanho da fazenda. A notícia se espalha como rastilho de pólvora e cria um clima de terror entre os pecuaristas, que passam a vender as rezes o mais rápido possível, baixando o preço e atraindo pecuaristas de outros estados.
O presidente do Sindicato Paraense da Pecuária de Corte (Sindicorte), Francisco Alberto de Castro, diz que a saída de gado da região é o resultado de uma política ambiental que criminaliza o produtor. 'Os produtores estão apavorados. Em vez de prestigiar o produtor, orientar e incentivar, o que o governo está fazendo é terrorismo', diz Francisco, destacando que tem recebido todos os dias inúmeras ligações e visitas de produtores que estão aterrorizados e querem vender o rebanho com medo de perder o trabalho de anos, muitas vezes de mais de duas décadas.
Francisco diz que só Altamira e municípios próximos possuem hoje um rebanho com cerca de 1,5 milhão de rezes e que muitos criadores estão na região há anos e nunca foram procurados pelo governo para serem orientados sobre a legislação ambiental. Outro problema, segundo ele, é que a região não recebe uma ação efetiva de regularização fundiária há quase 20 anos. O resultado é que boa parte da produção está sob terras ocupadas de forma precária durante estes anos, sem a titulação definitiva. Como o governo diz que vai prender bois em áreas de ocupação, o clima de medo tomou conta dos pecuaristas.
Francisco diz que o Sindicorte está orientando os produtores para que busquem seus direitos na Justiça, já que a Constituição Federal garante o direito à posse. 'O governo não vem aqui para ajudar, para orientar. Só cria problemas. Por isso, a orientação é que todos busquem o Judiciário para que nossos direitos sejam garantidos. Afinal, vivemos ainda em um estado de direito', disse, acrescentando que se a venda do rebanho para outros estados persistir, uma das conseqüências será o aumento do preço para o consumidor final. 'Toda a sociedade é que vai pagar a conta. E os mais pobres não terão carne na mesa', adverte.
O Liberal
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