15 outubro, 2008

Produtores rurais poderão ficar sem as suas terras em Novo Progresso

Mais de 3,5 mil produtores rurais do município de Novo Progresso poderão perder suas terras. O assunto foi tratado ontem em audiência pública na Câmara dos Deputados entre os moradores da região, representantes do governo e parlamentares. A área, interditada pelo governo federal para a criação da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, na rodovia BR-163, abriga mais de mil famílias que brigam para reverter o decreto presidencial publicado em fevereiro de 2006 que criou a Flona. A medida é para preservar 1,3 milhões de hectares.
O assunto tratado na Comissão da Amazônia contou com a presença do presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo José Fernandes Barreto Mello; do diretor de Fiscalização e Proteção Ambiental do IBAMA, Flávio Montiel da Rocha; do representante do Serviço Florestal Brasileiro Luiz Carlos Joel; produtores que vivem na região, além de parlamentares da bancada paraense.
Mais de 45 produtores acompanharam a audiência e se comoveram com o discurso da produtora rural e presidente da Associação do Vale do Garça, Nelci Rodrigues. De acordo com ela, os governos - estadual e federal - sempre demonstraram descaso com a região. "As políticas públicas não chegam até aqui. O Brasil não está sendo o país dos paraenses. Aqui é a terra do não pode e não temos direito a nada. Vivemos numa situação de calamidade pública. Não queremos abrir mão das nossas terras. Queremos continuar nelas".
Ela ainda questiona o processo de demarcação, da área, realizada pelo governo. "Antes de assinar um decreto tinham de visitar nossa região, fazer uma visita para verificar a situação destas famílias. Aonde vão nos colocar se em volta só tem reserva de preservação?", indagou.
Em defesa do governo, Flávio Montiel, diretor de Fiscalização e Proteção Ambiental do IBAMA, tentou amenizar a animosidade dos que estavam presentes na audiência e explicou que a migração das pessoas para a área trouxe impactos para a região. "Hoje se tem uma discussão efervescente, mas há um apelo muito grande para que estes espaços sejam usados de forma sustentável. A princípio não há contradição. Há uma necessidade de fazer cumprir a criação da Flona para evitar ocupações desordenadas", defendeu.
O Liberal

Anúncio provido pelo BuscaPé
Baixaki
encontre um programa:
www.g1.com.br