09 novembro, 2008

Pará Lidera Corrupção


No Pará, 30% dos servidores públicos admitiram já ter pedido propina ou 'um agrado' para atender um direito que era do cidadão. De acordo com a pesquisa 'O Padrão de Conduta Ética dos Servidores Públicos', realizada pelo cientista político e professor da Universidade de Brasília (Unb) Ricardo Caldas, o Pará supera em 12% a média nacional dos pedidos de propina feito por servidores públicos. O coordenador do estudo afirma que há uma crise de valores existente em todo o País. 'Há um desconhecimento expressivo na sociedade brasileira sobre o significado de ser ético', afirmou.
O estudo feito a pedido da Comissão de Ética Pública - órgão vinculado à Presidência da República - analisou o ponto de vista e o comportamento de servidores públicos em seis Estados brasileiros - Pará, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná - Rio de Janeiro -, além do Distrito Federal. O resultado da pesquisa, que ouviu 1.027 servidores públicos entre março e junho deste ano, revelou que os atos ilícitos são freqüentes e aceitos na sociedade brasileira. No Pará, 20% dos servidores públicos já deixaram de seguir a lei e 15,3% deles admitem já ter descumprido as regras impostas inúmeras vezes.
A certeza da impunidade é uma das justificativas para os servidores se sentirem estimulados a praticar os atos ilegais. Funcionários públicos entrevistados no Estado do Pará afirmaram não ter receio algum de serem punidos, caso descumpram a lei. O Pará apresentou o maior número dos destemidos, com 32%, acima da média nacional, que chegou a 19%.
Do total de funcionários públicos paraenses entrevistados, 38,7% tinham entre 30 a 44 anos e 22% tinham ingressado no órgão público por concurso, seguido de contatos políticos, 21,3%; indicação de amigo, 16,7% e nepotismo 11,3%. Aos entrevistados, foi perguntado ainda se o serviço público está voltado aos interesses públicos: 36,7% afirmaram que 'não'. No Pará, chega a 40% o número dos que acreditam ser ético apenas 'às vezes'.

FINS E MEIOS

Além da corrupção direta, existem outras formas eticamente questionáveis de um cidadão conseguir algo da administração pública. Expressões como 'você sabe com quem está falando?'; 'os fins justificam os meios' ou o 'jeitinho brasileiro de ser' é recorrente no dia-a-dia dos brasileiros.
A intimidadora frase 'você sabe com quem está falando?' foi reconhecida por 30,7% dos entrevistados paraenses que afirmaram ter presenciado essa frase com outro servidor público.
'Os fins justificam os meios' é o que 21,3% dos servidores paraenses afirmaram poder fazer para atingir o objeto desejado. Foi a maior porcentagem dos estados, seguido dos paranaenses com 18%.
O famoso 'jeitinho brasileiro', que nada mais é do que uma forma de se conseguir algo que se queira driblando as dificuldades formais impostas, é praticado por mais de 20% dos paraenses. E 23% dos servidores julgam ser esse um comportamento correto.

O Liberal

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