14 dezembro, 2006

PIB cresce mais no interior do Pará

O Produto Interno Bruto (PIB) do Pará está rumando para o interior, mais precisamente para a mesorregião sudeste a que tem registrado o maior crescimento nos últimos anos. É o que revela o PIB dos municípios de 2004, divulgado ontem pela Secretaria Executiva de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof). O trabalho segue, desde o ano passado, metodologia definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que ontem coordenou a divulgação dos PIBs de todos os municípios brasileiros.
Formada por 39 municípios e tendo como cidades pólos Conceição do Araguaia, Marabá, Paragominas, Parauapebas , Redenção, São Félix do Xingu e Tucuruí, a mesorregião do sudeste foi a que apresentou a maior taxa de crescimento nominal: 22,14% em 2004, em relação ao ano anterior. A participação da mesoregião no bolo total das riquezas do Estado que, em 2003, era de 30% passou para 32% em 2004.
Esse crescimento tem sido amparado principalmente na indústria, setor que é a base da economia em apenas nove municípios, mas que responde por 36% do PIB total do Pará e com tendência de alta. Em 1994, por exemplo, a indústria respondia por apenas 26% do bolo total das riquezas no Pará.
No Sudeste do Estado, o crescimento da indústria em 2004, comparado a 2003, ficou em 28,4%. Na Região Metropolitana, que engloba o município de Barcarena, onde está um dos mais dinâmicos pólos industriais do Estado, o incremento do setor foi de 19.2% e, no Sudoeste, a alta chegou a ficar em 29,4%.
Na mesorregião sudeste, as áreas da indústria que mais cresceram foram a extrativa mineral e a indústria de transformação. Houve crescimento também no setor da agroindústria, com a instalação de laticínios. Outro fator que alavancou o PIB foram as obras de ampliação da usina hidrelétrica de Tucuruí.
Segunda que mais cresceu em 2004, a mesorregião Metropolitana de Belém é formada pelo municípios de Ananindeua, Barcarena, Belém, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Bujaru, Castanhal, Inhangapi, Santa Izabel do Pará e Santo Antônio do Tauá. No conjunto desses municípios, as boas notícias vieram da indústria, mas também do setor de serviços que cresceu 15,6% em 2004, em relação a 2003.
No Sudoeste paraense, a indústria cresceu 29,4% e o setor agropecuário, 16,8%.
A Região Metropolitana de Belém teve o segundo maior crescimento, 17,51% e o sudoeste, cujas cidades pólos são Itaituba e Altamira cresceu 17,51%, pouco acima da média do crescimento nominal do Estado que foi de 17,05%.
A metodologia empregada não permite o cálculo, por município, do crescimento real. O crescimento real médio do Pará foi divulgado no início do mês, quando foram divulgados os PIBs dos Estados brasileiros. O Pará teve crescimento real de 6,61%, a quarta maior taxa do País.
MARAJÓ

A mesorregião do Marajó teve crescimento mais modesto, se comprado ao do Sudoeste, Sudeste e Região Metropolitana. Juntos, os municípios de Cahoeira do Arari, Chaves, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Soure, Afuá Anajás, Breves, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista, Bagre, Gurupá, Melgaço e Portel tiveram crescimento de 9,36%. Já as mesorregiões do nordeste paraense e do Baixo Amazonas, cresceram 10,10% e 9,33%, respectivamente.
O crescimento menor dessas regiões está diretamente ligado à queda do Valor Adicionado (VA) do setor agropecuário. No Marajó, por exemplo, o VA chegou a recuar 0,01%. No Nordeste houve tímido crescimento de 2,7% e no Baixo Amazonas a alta foi de 5,3%, ainda assim insuficiente para que a região tivesse melhor desempenho comparativo junto às três que mais cresceram no Estado.
Belém ainda concentra maior parte das riquezas produzidas no Estado
Mesmo com o incremento da atividade econômica no interior, o município com maior PIB do Estado continua sendo a capital, Belém. A soma de todas as riquezas produzidas na cidade em 2004 somaram pouco mais de R$ 8 bilhões. Em seguida veio Barcarena, com PIB de R$ 2,7 bilhões. Belém responde por 23,81% do PIB do Estado, mas essa participação já chegou a mais de 30% e, em 2003 era de 24,9%.
A queda da participação das grandes cidades no PIB é uma tendência nacional. Em 2004, 49,4% do PIB do país estava fora do entorno dos grandes centros urbanos. No período de 1999 a 2004, essa participação cresceu 3,4%.
A diretora de Estudos e Pesquisas da Sepof, Lúcia Cristina Andrade, explica que as variações são pequenas porque doze meses é pouco tempo para haver mudanças significativas na economia dos municípios, mas diz que essas alterações representam uma tendência forte. Ou seja, embora Belém continue a ter o maior PIB do Estado e a responder sozinha por quase um quarto do total, é clara a tendência de maior participação do interior no bolo da riqueza paraense.
Por isso, apesar do bom desempenho da indústria, o setor serviço ainda responde pela maior fatia das riquezas geradas no Estado: 41%, o equivalente a R$ 13 bilhões. Com os seus 36% de participação, a indústria paraense soma R$ 11,6 bilhões e a agropecária, 23%, cerca de R$ 7,3 bilhões.
A capital paraense ficou em 13º lugar entre o PIB das capitais é o 29º município no ranking de todos os Estados.
Fazendo uma análise por município e não mas por mesorregiões, os maiores crescimentos nominais do PIB foram registrados em Barcarena com alta de 3,5%, Tucuruí, cujo PIB cresceu 2,5% e Marabá 1,4%. Os destaques foram as indústrias metalúrgica e química em Barcarena,; a produção de energia elétrica em Tucuruí; e a siderurgia, produção de ferro-gusa, indústria alimentar e de bebidas em Marabá.
Seguindo Belém e Barcarena, os maiores PIBs do Estado são Tucuruí, Ananindeua, Parauapebas e Marabá.
O ranking muda quando o assunto é o PIB percapita, resultado da divisão de toda a riqueza dos municípios pelo total da população. O maior PIB percapita do Pará é de R$ 38,3 mil e está em Barcarena. Tucuruí é o segundo município com maior PIB percapita, seguido de Canaã dos Carajás e Bannach e Cumaru do Norte. A presença de municípios com pouco expressão econômica entre os cinco maiores PIBs percapita reforça a tese de que o número está longe de ser um indicador preciso da qualidade de vida. Nesse ranking, Belém fica em 29º lugar e abaixo, por exemplo, de Abeu Figueiredo e Breu Branco.

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