28 março, 2007

Ex-presidente da Amut afirma que foi traído


No último dia 17 de março, sábado, os membros da Associação dos municípios das rodovias Transamazônica, Santarém-Cuiabá e Região Oeste do Pará (AMUT) se reuniram em Rurópolis para eleição da diretoria da Associação. O prefeito de Porto de Moz Edílson Cardoso tentava a reeleição de um mandato anual. Mas a prefeita de Santarém Maria do Carmo levou a melhor. De presidente, Edílson passou a ser vice-presidente no novo mandato. O prefeito de Jacareacanga, Carlos Veiga, ficou na condição de primeiro-secretário, e o prefeito de Placas, Santo Pereira, como tesoureiro. Presentes ao evento também estavam o senador Flecha Ribeiro (PSDB), o deputado federal Zequinha Marinho (PMDB) e o deputado estadual José Megale (PSDB). A posse da nova diretoria foi imediatamente após a eleição.
Edílson Cardoso guardou mágoas do pleito e em entrevista saiu disparando e diz ter sido traído por 'prefeitos falsos'.
LO: Como o senhor recebeu a diretoria da AMUT, há um ano atrás ?
Edílson : Fui eleito como presidente da AMUT para o mandato de um ano. Antes de mim, o presidente era o atual prefeito de Vitória do Xingu, Averaldo Pereira Lima. Quando tomei posse, há um ano atrás, a entidade enfrentava vários desafios, entre os quais, uma maior integração entre seus membros, para reivindicar melhorias para a região Oeste do Pará como um todo.
LO : Como a prefeita de Santarém, Maria do Carmo, vai receber a AMUT ?
Edílson : Com certeza, com algumas conquistas fruto de muito trabalho não só minha, como presidente, mas de toda diretoria, que atuou bravamente para oferecer um desenvolvimento integrado e homogêneo da região Oeste do Pará. Acredito que a equipe trabalhou articuladamente, bem relacionada e que a colaboração quase que unânime dos demais prefeitos foi crucial para se chegar aos resultados que hoje comemoramos. Mas a luta continua. Poucas pessoas entendem que na política as coisas não acontecem com a velocidade que gostaríamos, para mostrar resultados todos os meses para a população. O que nos resta é não desconsiderar as negociações que hoje estão em marcha, pois são elas que vão nos levar a novas conquistas.
LO : Quais foram as conquistas da AMUT durante sua gestão ?
Edílson : Houve várias conquistas, mas vou citar as que considero mais importantes e expressivas para nós. Primeiro, a AMUT trabalhou firmemente pelo asfaltamento da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), levando o assunto para a pauta de discussão em todos eventos políticos possíveis. O resultado prático é que o governo federal decidiu contemplar a realização da obra dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo, no dia 19 de junho de 2006, segunda-feira, conseguimos fazer a maior manifestação pública que Altamira e região da Transamazônica já teve ao longo de sua história. Ao todo, foram quase 35 mil pessoas que participaram de um movimento que pedia e pede a retomada dos estudos de viabilidade para construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte nas águas do rio Xingu, no contexto da região da Transamazônica (BR-230). O que lamento é que tanto a BR-163 quanto a Usina Hidrelétrica de Belo Monte estão sendo alvo de contundente ativismo de ambientalistas, que querem ditar um padrão troglodita de vida para o nosso povo amazônida. Tomara que com a prefeita Maria do Carmo, como nova presidente da AMUT, essas obras sejam finalmente construídas, afinal, ela faz parte do mesmo partido político que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a governadora do Estado, Ana Júlia.
LO : O senhor tentou se reeleger ?
Edílson : Sim, até porque eram meus próprios colegas prefeitos que estavam cogitando meu nome, do mesmo jeito que fizeram quando fui eleito em 2006. Eu próprio não estava preocupado em concorrer, mas sim em realizar obras e serviços públicos no meu município, em Porto de Moz. Então novamente aceitei o desafio de comandar uma entidade que possui 19 prefeituras como associadas. Mas eis que fui traído por prefeitos falsos durante a eleição, que ocorreu no último sábado, dia 17 de março. Prefeitos que antes trabalhavam como meus cabos eleitorais, na hora da votação resolveram votar na prefeita de Santarém, Maria do Carmo, para presidir a Associação na gestão 2007. Mas prefiro não citar nomes, mas os governos estadual e federal tiveram influências diretas no processo eleitoral de nossa instituição. principalmente se esses políticos representam uma região tão precária como é o Oeste do Pará, carente de infra-estrutura para seu desenvolvimento e engessada por dezenas de unidades de conservação, que foram criadas pelo governo federal sem que as populações afetadas fossem ouvidas ou, quando muito, tivessem sua opinião solenemente ignorada.
LO : O que a AMUT fez pela criação do Estado do Tapajós ?
Edílson : Com uma bancada paraense inexpressiva de apenas 17 deputados federais e três senadores no Congresso Nacional, é difícil de se colocar o assunto do separatismo em pauta. o resto do Brasil não está interessado em desenvolver a Amazônia e o próprio povo da Amazônia é ingênuo ao achar bonito ter uma unidade federativa tão grande no país, como se isso fosse sinônimo de melhoria das condições de vida. Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo, mas o seu território tem 50 unidades federativas. Se a centralização política não fosse estratégia, nenhuma prefeitura criaria secretarias para melhor administrar o município, o Poder Executivo federal não era tinha 32 ministérios sob sua égide. Mas acredito que para Maria do Carmo tudo vai ser mais fácil, primeiro porque o governo Lula tem base governista para colocar qualquer projeto de lei para apreciação e, segundo, porque Ana Júlia não quer gastar com uma região tão pouco expressiva eleitoralmente.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

AVE MARIA ?!?!

Começo estas linhas pedindo desculpas ao leitor deste meio de comunicação por estar ocupando este valioso espaço - que poderia estar comunicando virtudes e realizações dos gestores de nossos municípios - para falar de debilidades primárias da gestão pública. Aprendi nesses 39 anos, a opinar, me indignar, gritar, quando diante de injustiças. Assim faço aqui e agora. Quero me referir a pouca vergonha, ao abandono, ao descalabro, à hipocrisia, à irresponsabilidade, à falta de compromisso, à falta de competência, ao nepotismo explícito, que estão assombrando o município de Santarém. Senão, nos perguntemos: - quais são as realizações do governo de Maria do Carmo em Santarém? A população aprendeu que a grande realização de Maria foi nomear todos os seus familiares para a Prefeitura. Dessa forma, o slogan “Santarém cidade da gente”, caiu como uma luva à situação inovadora do nepotismo petista de Maria. Para a população que acreditou na transformação anunciada por Maria só resta o desapontamento, a descrença, a repugnação. Na administração de Maria os absurdos estão em toda parte. Escolho para destaque a indignidade que está sendo cometida por Maria com cerca de 200 homens e mulheres que também acreditaram que seu governo era sério, pois, eles também enganaram-se completamente. Essas pessoas foram contratadas pela Prefeitura para exercerem atividades na área da educação. No conjunto estão educadores e administradores escolares, graduados e pós-graduados, que iniciaram suas atividades no início de fevereiro de forma efetiva e que até ontem não haviam recebido um tostão furado da Prefeitura de Maria. Hoje, 02/04/2007, receberam... Não os salários atrasados, mas, a comunicação verbal de “assessores próximos a Sua Excelência” de que não receberiam nada pelos dois meses de trabalho. A justificativa vem anunciada de forma imponente e inapelável. A Lei de Responsabilidade Fiscal não permitiria que a Prefeitura de Maria pagasse esses 200 trabalhadores e trabalhadoras, pois, extrapolaria os limites impostos para os gastos com pessoal. Aqui fiquei com vontade de gritar bem alto um palavrão... Será que Maria e seus asseclas não perceberam que havia a limitação da Lei antes da contratação dos profissionais, evidenciando aqui sua contumaz incompetência? Ou será, não queremos acreditar nisso, que agiram de má fé? Seja qual for a conclusão, tal não resolve as dificuldades e privações a que estão submetidos os outrora “companheiros” e “companheiras” da educação, que, ao que parece, se depender de MARIA, irão ficar na mão. Finalizo com uma convicção, foi realmente um desses acasos da história, dos quais nos arrependemos por séculos, que alçou Maria à condição de finalista nas eleições para o governo do estado em 2002. Hoje, olhando para seu desgoverno em Santarém, podemos dizer: - Ufa!, ainda bem que Maria não foi eleita... Já pensou o que seria desse estado hoje? Imaginemos quantos trabalhadores ela estaria mandando embora com uma mão na frente outra atrás? Ave Maria!?!?

Maurício Gama da Silva

abril 07, 2007 4:29 PM  

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