27 março, 2007

Sespa adia funcionamento do hospital regional

O Hospital Regional Público do Oeste só deverá começar a funcionar em junho deste ano, segundo previsão da Secretaria Executiva de Saúde Pública (Sespa). A reportagem de O Estado do Tapajós apurou que o próprio secretário de Saúde, Halmélio Sobral, deu essa informação, quando visitava o Hospital Regional de Redenção, no Sul do Pará. O hospital já deveria ter iniciado o atendimento, mas a Sespa não autorizou o começo das atividades.
O médico Paulo Monteiro, diretor superintendente da Organização Social Maternidade do Povo - que administra o hospital, disse que não sabia desta declaração do secretário, mas não tem previsão de quando o hospital regional vai iniciar o atendimento. Ele informou que já existem condições de se realizar vários procedimentos médicos, mas o início das atividades depende de uma autorização da Sespa, que não tem previsão para ser dada.
Paulo Monteiro revelou que o hospital já está pronto e tem recursos para oferecer serviços como mamografia, encefalograma, ultra-sonografia e fisioterapia. "Nós já poderíamos estar funcionando mesmo com os recursos que recebemos em dezembro do ano passado", disse, explicando que isso não acontece porque a Sespa suspendeu a entrega de equipamentos e c compra do sistema de informática. "Foi mandado não comprar porque viria da Universidade de Brasília", informou Monteiro.
O diretor do hospital regional do Baixo Amazonas diz que o atraso do início do funcionamento pode levar profissionais altamente capacidades a desistir da proposta feita pela Maternidade do Povo. Um deles é um cirurgião de tórax, um médico paulista com formação e residência na USP e que seria o primeiro cirurgião de tórax na região. "Ficou certado que ele começaria a trabalhar no dia 2 de abril, mas tem convite de outros locais e pode não vir mais pra cá", exemplificou o médico, explicando que são profissionais raros no mercado. "Todos que estão acertados podem receber outras propostas e acabarem não vindo para Santarém".
Apesar do problema a Sespa até agora não tem dado nenhuma explicação sobre a suspensão dos repasses à Maternidade do Povo e da demora para autorizar o funcionamento. "Temos mandado ofícios e não temos recebidos repostas", revela Paulo Monteiro, acrescentando que a Sespa não deu nenhuma resposta oficial á OS. "Já vieram várias comissões e todos dizem que vão fazer um relatório mostrando que o hospital tem condições de funcionar", informou, ressaltando que isso sempre foi dito verbalmente. "Nós não temos nenhuma informação oficial".
Diante dos problemas a Maternidade do Povo informou que vai enviar um ofício à Sespa pedindo a prorrogação do contrato de gestão, que tem prazo de um ano. Paulo Monteiro avalia que a entidade está sendo prejudicada no cumprimento de suas metas, uma vez que já se passaram quatro meses desde o início da vigência do contrato. "Já se passaram praticamente quatro meses desde quando celebramos os contratos e não estamos podendo executar as tarefas. Temos metas muitos grandes para a região", Justifica.
Monteiro diz que a avaliação da organização já está prejudicada. Pelo contrato assinado em dezembro do ano passado, a entidade administra o hospital por um ano, com metas a cumprir, e depois passa por uma avaliação do governo, que decide pela continuação do contrato ou pela encerramento, passando a gestão do hospital à outra organização social ou para a administração direta. "Vamos pedir a prorrogação dos meses que fomos impossibilitados pela própria Sespa de fazer o atendimento", disse.
Sobre os comentários de que este atraso seria uma forma de fazer a OS desistir do contratou ou mesmo ser prejudicada na avaliação, Monteiro disse não acreditar que esta seja a intenção da governadora Ana Júlia Carepa. "Acredito que não existe uma programação de governo para nos prejudicar. Ana Júlia não tem nenhuma participação nisso, porque ela poderia ter vetado a assinatura dos contratos", acredita.
Já em relação à Sespa, ele diz que não pode avaliar, porque não tenho informações. "Não sei quais os motivos que levam a Sespa a não estar dando continuidade a este processo. Não sei se são motivos de ordem econômica, ou operacional", declarou, afirmando que o fato concreto é que isso está prejudicando a população. "Está prejudicando o nosso trabalho e a nossa avaliação. Mas fundamentalmente é um prejuízo social enorme. A população da região necessita de um hospital desta complexidade que não está funcionando sem a gente saber por que", disse.
O médico garante que a maior parte dos equipamentos está instalada e que está tudo ajustado para o início do funcionamento. Segundo Monteiro, se houve a liberação do hospital e o repasse de recursos, dentro de 60 o hospital estará funcionando em sua totalidade. "Estes equipamentos parados é um prejuízo oficial, porque poderiam estar prestando serviço à população", lamenta, informando que na semana que vem devera ter uma audiência com o secretário de Saúde do Estado para discutir o problema.
Fonte: Paulo Leandro Leal

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