28 março, 2007

Mal de Alzheimer na Educação de Itaituba

Dayan Serique – Pedagogo e pós-graduado em Administração Educacional.

Passam os governos, passam as pessoas e as velhas práticas se perpetuam, mesmo partindo de pessoas que até então em um passado não muito distante se revestiam de discurso democrático, e hoje, dirigentes e agentes da política governamental, parece que esqueceram de suas lutas, de seus ideais e de seus compromissos com a política educacional, sobrepujando tudo isto pela política partidária e governamental.
Já ouvimos nas ruas que acontecerão mudanças nas direções das escolas estaduais e que os novos diretores que irão assumir terão como critério a filiação em um determinado partido político, deixando de lado a competência e o princípio da gestão democrática, tão propalado e evocado nos discursos inflamados dos dirigentes do Sindicato dos Profissionais da Educação – SINTEPP que hoje comandam a 12ª URE, visto que a atual diretora já foi presidente da sub-sede de Itaituba e seus anômalos assessores também já foram membros da diretoria.
Recordo-me de muitas assembléias de professores, onde, como ouvinte e observador atento, vi pessoas que, hoje, empossadas em cargos, e outras, posseiras de cargos, iam aos gritos e às lágrimas em defesa de uma educação nova, uma educação de qualidade, uma educação alicerçada nos princípios da Gestão Democrática. Porém, na prática percebo que aquilo era apenas bravata, falácia e demagogia.
Quando vejo notícias de substituição de diretores por critérios meramente políticos, fico a pensar que muitos professores, foram enganados, pois acreditavam piamente no princípio da democracia educacional e vêem, hoje, que os “companheiros” estão no poder, e ao chegarem lá foram acometidos de Alzheimer ético e de cegueira educacional e nos dão a sensação de que toda aquela luta e discursos vão ficar eternamente no vazio e que Gestão democrática, eleição direta para diretor, é algo totalmente descartável quando se está no poder. Chega-se à conclusão de que é mais fácil deixar o jogo como está a ter que interferir e alterar as regras do jogo, mesmo que isso seja negar bandeiras de lutas e convicções pessoais e de classe..
Conheço a atual diretora da 12ª URE, sei de seu compromisso para com a educação, e, embora cercada de pessoas recalcadas e com sede de poder, isto não sobe à sua cabeça, e sei que muitas das informações ditas pelos posseiros de cargos não refletem a sua opinião. Acredito que ela fará de tudo para que de fato sua gestão à frente da 12ª URE seja marcada pela postura de uma gestão democrática e de escolha direta para os diretores de escolas, mesmo contrariando seus”companheiros”, que querem a todo custo avermelhar e partidarizar a educação estadual de Itaituba.
Espero, em outro momento, registrar aqui neste espaço ações positivas na educação estadual, começando pela regularização funcional de algumas pessoas que andam tomando decisões, utilizando computadores e veículos, sem, no entanto, estarem vinculados ou contratados pela SEDUC, valendo-se apenas de sua filiação partidária. Gostaria também de aplaudir e fazer votos de louvor se de fato os critérios para nomeação de diretores de escolas estaduais de Itaituba forem pensados no melhor para as escolas, levando-se em conta, os princípios da Gestão Democráticos, consolidados através da eleição direta para diretores de escolas.

* Publicado na edição do Jornal do Comércio desta Semana

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O inferno é aqui mesmo. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. A justiça tarda mais não falha.

março 31, 2007 9:06 PM  

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