Estado garante R$. 4,7 milhões para macrodrenagem em Itaituba

A ocupação desordenada é a maior causa de alagamento em Itaituba. Boa parte da sujeira nos bueiros e igarapés que atravessa a cidade diminui a capacidade de escoamento da água, por conta disso, quase toda chuva forte provoca alagamentos, principalmente nos locais considerados de risco. A prefeitura vem trabalhando para amenizar o problema com a retirada do lixo e entulhos, a fim de minimizar os prejuízos do período chuvoso. A solução definitiva, porém, somente com obras de macro-drenagem e remanejamento das famílias que moram sobre os igarapés e a margem do rio Tapajós na periferia da cidade.

A cidade de Itaituba teve um crescimento populacional fora do comum nos últimos 30 anos. De 5 mil habitantes no inicio da década de 1970, a cidade cresceu cerca de 2.300%. De acordo com o CENSO/2007 o município tem cerca de 120 mil habitantes e a estimativa é que na área urbana existe 74.074 habitantes, ou seja, a cidade avançou, a população tomou conta das encostas dos igarapés e para aproveitar o espaço, construiu casas até em locais alagadiços, sujeitos à enchente. Além disso, Itaituba é uma cidade tropical, à margem direita do Rio Tapajós,cercada por pequenos riachos que atravessam a cidade e anualmente com o inverno amazônico, período de chuvas torrenciais, conseqüentemente ocorre alagamentos.

Os prefeitos que governaram o município durante os últimos 30 anos, falharam ao permitir a construção de residências sobre os igarapés e a margem do rio do Tapajós e não viabilizaram projetos para assoreamento do principal igarapé que corta a cidade; e quando fizeram a pavimentação asfáltica de algumas ruas, usaram matéria de má qualidade e sem a preocupação com saneamento básico, como a construção de meio-fio, rede de esgoto e galerias pluviais para evitar os alagamentos.

Na madrugada de segunda-feira, 24 de novembro, a forte chuva que caiu sobre a cidade provocou vários alagamentos, principalmente nos locais considerados críticos. Os moradores da parte baixa do centro, bem como dos bairros Liberdade, Bom Jardim e Bela Vista não fazem idéia do por que a água acumula por lá há mais de 15 anos; e demonstra não conhecer os motivos dos constantes alagamentos ultimamente. As travessas Justo Chermont, 13 de maio e João Pessoa ficam cheias por conta da ocupação do igarapé que corta a cidade. O lixo acumulado neste igarapé apenas agrava a situação. Anualmente os moradores da Vila Nova e Vila Caçula são surpreendidos pela invasão da água. O motivo? A ocupação da parte do rio Tapajós.

Enquanto os moradores sofriam com o alagamento do dia 24 de novembro, o prefeito percorria os corredores do Palácio do Governo e os gabinetes dos deputados na Assembléia Legislativa em busca de solução para desse problema crônico que causa dor e destruição na cidade de Itaituba. No vai e vem, o prefeito conseguiu uma audiência com a governadora Ana Júlia Carepa e apresenta o maior anseio das famílias atingidas pela enchente. Numa audiência que durou cerca de uma hora, a governadora garantio R$. 4,7 milhões de reais para as obras de micro e macro drenagem de Itaituba. Um recurso já incluído no orçamento de 2009.

Com o recurso garantido no orçamento de 2009, "a primeira etapa da obra de macro-drenagem deve iniciar ainda no primeiro semestre do ano que vem", afirma à secretária de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional, Suely Oliveira. "As obras devem começar até junho e atingirão todas as famílias que vivem no entorno do igarapé da área central da cidade com urbanização, macro-drenagem, rede de abastecimento de água e de esgoto e melhoria habitacional". O investimento será de R$ 4.9 milhões de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, e executada pelo Governo do Estado, através da SEDURB em parceria com a prefeitura municipal de Itaituba.
Com uma extensão de aproximadamente três mil metros o igarapé que atravessa o bairro Liberdade e deságua no rio Tapajós, próximo a Vila Caçula e outros pontos da cidade, receberão galerias, esgoto, água encanada, arborização e revitalização das vias públicas.

O objetivo do prefeito Roselito Soares é beneficiar a população que sofre com os alagamentos. Na primeira etapa o projeto deve alcançar uma de suas fases mais importantes, quando for executado obras de galerias nas encostas dos igarapés, abrindo acesso do igarapé que corta a cidade desde o bairro Liberdade à Travessa João Pessoa e Vila Caçula, bem como para outros pontos da cidade.
Segundo o secretário municipal de Planejamento, Eugênio Viana, a estabelecida para 2009 visa a limpeza do igarapé e a construção de 700 metros de extensão de galerias pluviais, da Vila Caçula até a Travessa João Pessoa, implantação da rede de esgoto, calçamento e sistema de abastecimento de água, já incluindo as galerias de concreto armado.

Já o canal que dará vazão a Lagoa dos Patinhos, superior a 10 metros de profundidade deverá ser feito um projeto específico de maneira a resolver o problema que vem se arrastando desde a década de 1980. "Como podemos observar, o recurso foi garantido somente agora e as obras serão tocadas dentro das s pré-estabelecidas", comentou o prefeito Roselito Soares. "Se houve atraso nesta importante obra, é porque a Prefeitura depende dos recursos do governo do Estado e do governo Federal.

Lúcio Freire